Economia subterrânea aumenta participação no PIB em 0,9% no primeiro semestre

01/12/2009 - 14h13

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A economiasubterrânea aumentou em 0,9% sua participação no Produto InternoBruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) emjunho deste ano, em relação a dezembro de 2008. A constatação éde uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), que mede aeconomia subterrânea – segmento que inclui tanto atividadesinformais quanto procedimentos ilegais adotados por setores daeconomia formal, como a sonegação fiscal e o descumprimento deleis.De acordo com a pesquisa, no Brasil, a economiasubterrânea é influenciada por quatro fatores: maior crescimento daatividade econômica formal, que gera demanda por bens e serviçosinformais; maior carga tributária, que incentiva migração daeconomia formal para a subterrânea; maior percepção da corrupção,que também contribui para o aumento da economia subterrânea; e asexportações, que têm efeito contrário, ou seja, quanto maior ovolume de exportações, menor a economia subterrânea.O crescimento da economia subterrânea no primeirosemestre deste ano foi bem inferior ao do semestre anterior, auge dacrise econômica internacional, quando foi registrado crescimento de13,6%. Segundo o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho,naquele momento, a economia formal sentiu o impacto da crise,principalmente no setor de crédito. Mas a economia subterrânea foipouco afetada.No primeiro semestre deste ano, no entanto,diminuiu o crescimento da economia subterrânea, cujo comportamentocomeçou a ser semelhante ao da economia formal, ainda emrecuperação.“Passado o impacto inicial no mercado decrédito, as duas economias começaram a crescer em ritmo parecido. Acarga tributária caiu nesse período de crise. E a redução dacarga tributária reduz o estímulo para as atividades migrarem paraa economia subterrânea. Ao mesmo tempo, a queda no nível deatividade reduz a demanda de bens e serviços providos pela economiasubterrânea, reduzindo o ritmo de crescimento desta”, afirmouFernando de Holanda.Segundo a Fundação Getulio Vargas, o crescimentoda economia subterrânea só não foi menor porque houve uma reduçãodas exportações e um aumento da percepção da corrupção pelosbrasileiros.