Câmbio, clima e demanda na China determinarão preço da soja na próxima safra, diz CNA

01/12/2009 - 18h47

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os produtores de sojabrasileiros dependerão de vários fatores para garantir suarentabilidade na safra 2009/2010. De acordo com a Coordenadora deAssuntos Econômicos da Confederação da Agricultura e Pecuária doBrasil (CNA), Rosemeire Santos, o câmbio, o clima, o consumo daChina e o crescimento mundial serão determinantes na cotação doproduto.Segundo ela, que participou hoje (1º) da reunião da Câmara Setorial da Soja para discutir as perspectivas do setor para o próximo ano, a produçãomundial do grão nesta safra deve aumentar de 210 milhões para 250milhões de toneladas. Os Estados Unidos e o Brasil, principaisprodutores, devem aumentar o volume colhido de 86 milhões para 90milhões de toneladas e de 57 milhões para 63 milhões de toneladas,respectivamente. O aumento do consumo na China é a solução mais próxima para compensar o aumento da produção.O plantio da safra2009/2010 está mais adiantado do que o da anterior. Rosemeire disseque enquanto, na mesma época do ano passado, 62% do plantio estavamconcluídos, agora a área já alcança 70%. Entretanto, apenas 40%da safra estão com preços fixados no mercado futuro. De acordo com opresidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil(Aprosoja), Rui Prado, a média histórica de comercializaçãoantecipada nesse estágio de plantio é de 60%.Prado afirmou que a falta de garantias na comercialização estápreocupando o setor. “As ferramentas de comercialização ainda nãoestão prontas e a safra começa com cautela, pois os estoquesmundiais estão aumentando e o real está muito valorizado”,afirmou. De acordo com ele, é o aumento da demanda de sojana China que está sustentando o mercado.Tanto Rosemeire quantoPrado afirmaram que o dólar a R$ 1,70 já afeta a rentabilidade dosprodutores e que, abaixo disso, os sojicultores ficam no “fio danavalha”. Entretanto, os agricultores não têm opção. “Se ocenário para a soja está ruim, seu concorrente no plantio, queseria o milho, está pior”, afirmou Rosemeire.