Polícia do Rio vai ocupar 30% das favelas até 2010, diz secretário de Segurança Pública

30/11/2009 - 20h03

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com a ocupação iniciada hoje (30) das comunidades de Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana, dominadas por traficantes de drogas, a Polícia Militar fluminense pretende chegar até o fim de 2010 oferecendo segurança comunitária a  30% da população moradora de favelas. Com isso, cerca de 300 mil pessoas estarão morando em áreas protegidas pelas unidades policiais pacificadoras (UPPs).O cálculo é do secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Ele disse ainda que mais duas comunidades receberão, ainda este ano, unidades da Polícia Pacificadora.“Essa proposta não vai parar. É um aceno concreto de que nos preparamos para fazer isso e vamos continuar fazendo. E teremos um grande número de pessoas beneficiadas até o final do ano que vem. Pretendemos chegar a 30% das comunidades, que sofrem hoje a lógica do território imposto pelo fuzil, livre dessa arma, livre do comando desses marginais”, disse Beltrame.Só para as UPPs serão designados 3,3 mil policiais militares. Eles serão escolhidos, preferencialmente, entre os novos recrutas e receberão uma complementação salarial de, no mínimo, R$ 500, pagos pela prefeitura carioca por meio de convênio. Na UPP do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo serão destacados 250 militares.A estratégia de ocupação permanentemente das comunidades dominadas pelo crime organizado, em vez de apenas realizar operações pontuais, é parte da política de integração das favelas, onde moram cerca de um milhão de pessoas, por meio das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com a oferta de infraestrutura de saneamento básico, iluminação, abertura de ruas e de construção de moradias.Cinco comunidades já têm UPPs: Batan e Cidade de Deus, na zona oeste, e os morros Santa Marta, Babilônia e Chapéu Mangueira, na zona sul A operação nas favelas Pavão-Pavãozinho e Cantagalo começou na manhã de hoje. Cerca de 300 policiais militares, a maioria do Batalhão de Operações Especiais (Bope), ocuparam a comunidade. Durante a ação, os policiais entraram em confornto com os traficantes. Um homem morreu e outro foi preso. Segundo a polícia, os dois teriam ligações com o tráfico de drogas.