Excesso de burocracia é desafio para modernizar país, segundo governo e empresários

30/11/2009 - 15h21

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Empresários da indústria de transformação paulista e representantes do governo federal se juntaram hoje (30) numa ofensiva contra o que avaliam ser um obstáculo ao plano de modernizar o país, visando à preparação para recepcionar as delegações estrangeiras e o público durante a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016: o excesso de burocracia.As queixas sobre a demora em se aprovar um projeto de infraestrutura e as dificuldades em torno dos trâmites legais foram feitas durante a 8ª Edicão da Construção Civil (Construbusiness), realizada na sede da Federação e Centro das Indústrias Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).O ministro do Esporte, Orlando Silva, manifestou-se preocupado com o cronograma das obras, fazendo uma associação do quadro com uma partida de xadrez. “Temos um desafio importante, uma situação de xeque-mate para testar a infraestrutura”. Numa partida de xadrez, quando um dos jogadores avisa ao adversário que este está em xeque-mate, significa, na maioria das vezes, que quem anunciou a condição já ganhou o jogo.A referência do ministro foi em relação aos empecilhos no curto espaço que o país tem para realizar a série de obras de infraestrutura. Ele citou em especial a área do transporte, observando que os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, Viracopos, em Campinas, e o de Congonhas, em São Paulo, “estão operando no limite de sua capacidade”.Já o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, informou que o governo estuda uma forma de reduzir a burocracia, o que exigiria o envio de projeto para o Congresso Nacional. No entanto, ele aventou a possibilidade de algumas mudanças serem realizadas por meio de medidas provisórias, mas não detalhou como isso seria feito e nem onde ocorriam as alterações.Os dirigentes da Fiesp também criticaram o modelo existente hoje para se aprovar um projeto na área da construção civil. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, observou que o país não pode deixar de aproveitar o momento para investir, projetando um crescimento no ano que vem de 6% no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país.Para exemplificar, o vice-presidente da Fiesp, José Carlos de Oliveira, citou que para se construir uma rodovia, leva-se, no mínimo, cinco anos para se obter a aprovação de uma planta. Segundo ele, para dar início a um plano habitacional por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida é necessário “vencer 34 passos”.