Eleições em Honduras foram convocadas por um governo golpista, afirma Garcia

30/11/2009 - 16h23

Lísia Gusmão
Enviada especial
Estoril (Portugal) - Oassessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco AurélioGarcia, reagiu à acusação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, deque o Brasil apoiou as eleições iranianas consideradas suspeitas, mas resiste em reconhecer a decisão das urnas em Honduras.“Essa comparação,além de indelicada, é improcedente. As eleições no Irã foram convocadaspelo governo do Irã sobre o qual não havia nenhuma contestação. Aseleições em Honduras foram convocadas por um governo golpista. Sequiser fazer uma comparação, o presidente Arias deve procurar umexemplo mais consistente”, respondeu Garcia.As posições de Arias e de Garcia evidenciam o racha entre os países que participam da CúpulaIbero-Americana em Estoril, cidade próxima a Lisboa. Chefes de estado erepresentantes dos 22 países tentam costurar uma declaração final sobreo resultado das eleições hondurenhas.Garcia admitiu que não há consenso, mas reiterouque o governo brasileiro não pretende rever sua posição de nãoreconhecer o pleito hondurenho. “De consenso, há a condenação dogolpe de Estado que apeou o presidente Manuel Zelaya do poder. Para ogoverno brasileiro, as eleições foram realizadas em grande medida paralegitimar o golpe”, disse.