Consumidores da Light alertaram empresa sobre aumento no consumo de energia

30/11/2009 - 19h05

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Conselho de Consumidores da distribuidora deenergia Light revelou hoje (30) que, há seis meses, vemalertando a concessionária sobre a possibilidade de aumento noconsumo de energia no Rio de Janeiro. Segundo o presidente doconselho, Antônio Florêncio de Queiroz, pesquisas daFederação do Comércio do Rio (Fecomércio)mostram que, desde maio, a compra de equipamentos elétricos,como ventiladores e ar-condicionados, pelos cariocas vêmaumentando e que isso geraria aumento no consumo de energia.Diante dos avisos, o presidente do conselho, querepresenta os diversos setores atendidos pela Light, comoresidências, comércios, indústrias e o PoderPúblico, acredita que a empresa deveria ter investido mais namanutenção e ampliação de sua rede dedistribuição de energia. E isso, segundo Queiroz,poderia ter evitado os apagões da última semana em vários bairros da cidade, com prejuízos para os consumidores.“Eu acho que até houve um investimentopor parte da companhia, mas não o investimento suficiente paraatendimento desse aumento de consumo. Em novembro, por exemplo, houveum aumento de quase 25%”, disse Queiroz.A afirmação de que a Light vinhasendo informada sobre a possibilidade de aumento da compra deequipamentos eletroeletrônicos pelos cariocas contraria asexplicações dadas pela própria empresa àAgência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo aAneel, a Light informou que foi surpreendida pela onda de calor noRio, que teria gerado um aumento no consumo de energia na cidade.Para o presidente do Conselho de Consumidores daLight, um dos problemas enfrentados pela empresa é o combateao furto de energia, que chegaria a 20%. Segundo ele, a distribuidoraprecisa investir muito para combater esse tipo de problema emdetrimento do setor de manutenção e ampliaçãoda rede.Uma das soluções, de acordo comQueiroz, seria o aumento dos recursos da Conta de DesenvolvimentoEnergético para a área da Light. A conta é umfundo administrado pela Eletrobrás cujo dinheiro éusado em programas de universalização do acesso àenergia, como o Luz para Todos. Como na capital fluminense, segundo ele, oproblema é de furto de energia e não de falta de acessoà luz, apenas cerca de 5% dos R$ 200 milhões que aLight repassou ao fundo retornaram como investimento. Até apublicação desta reportagem, nem a Light nem oMinistério de Minas e Energia haviam se pronunciado sobre oassunto.