Novo Procult é resultado de laboratório em setores da cadeia produtiva da cultura

29/11/2009 - 16h02

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Lançado na última semana no Rio deJaneiro, o Programa para o Desenvolvimento da Cultura do BancoNacional do Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDESProcult), não é propriamente novidade. Ele começouem 2005, de forma embrionária, com o Pro-Livro, voltado para aprodução editorial. No ano seguinte, já comoProcult, entrou no mercado audiovisual e de lá para cánão parou de se expandir.“Entramos na cadeiaprodutiva da cultura em moldes novos, com financiamento e nãopatrocínio, que era o padrão”, explica LucianeGorgulho, diretora do Departamento de Cultura, Entretenimento eTurismo do BNDES. Segundo ela, o programafinancia reforma e construção de salas de cinema pelopaís, entrando na cadeia produtiva, na distribuiçãoe na realização de produções.A novidade da propostado banco é destinar R$ 1 bilhão à atividadecultural, sobretudo quando inspira a profissionalizaçãodesta produção cultural em seus diversos matizes, naopinião de Galeno Amorim, do Observatório do Livro e daLeitura, que organizou, também na última semana, oFórum BNDES e os Investimentos no Negócio do Livro, naCâmara Brasileira do Livro, em São Paulo.“O Brasil tem apenas36 milhões de consumidores de livros, que compram entre cincoe seis volumes por ano. Mas se diluirmos esse consumo pela populaçãototal, o brasileiro compra 1,2 livro por ano, o que é muitopouco”.Editoras e livrariasrespondem sozinhas por mais de 40% dos R$ 481 milhõesdesembolsados pelo BNDES entre 2005, ano em que foi criado o BNDESProlivro, e 2009 para o financiamento das atividades de empresasculturais. O mercado editorial é o setor da cultura que maisse beneficia das linhas de crédito do banco, mas ainda assimsão números modestos.Ao longo dos quatroanos em que vem testando a fórmula de apoio à cadeiaprodutiva da cultura, o BNDES tem firmado parcerias em bases bemdiversas do patrocínio, do mecenato que não criamcondições de desenvolvimento profissional.“Nocinema, adiantamos por financiamento recursos acertados porprodutoras com empresas pela Lei Rouanet. Uma experiênciaexcelente, bem recebida no mercado e inovadora, nos moldes que oProcult estabelece”, diz Luciane Gorgulho.“As exigênciaslegais do BNDES para conceder financiamentos ajudarão aprofissionalizar o setor de produção cultural, hojeacomodado”, concorda o diretor do Observatório do Livro e daLeitura, Galeno Amorim.O presidente da Associaçãode Produtores de Teatro, Eduardo Barata, teve uma primeira reaçãonegativa, no lançamento do Procult, mas no dia seguinte,depois de refletir, reviu sua posição:“Estamos acostumadosa patrocínio, a não nos preocupar com a bilheteria.Daqui para a frente, com o financiamento, o teatro vai ter queprestar atenção à bilheteria”.