Empresários do setor de telecomunicações descartam possibilidade de "caladão"

29/11/2009 - 15h44

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Não hárisco de o Brasil sofrer um “caladão”, ou seja, umainterrupção ampla nos serviços de telecomunicações. Essa é a opinião deempresários do setor que estiveram reunidos em um seminário na última semana em Brasília para discutir investimentos e competição. De acordocom o diretor de Estratégia Cooporativa da OI, João de Deus, asempresas têm investido em novas tecnologias, segurança edispositivos que permitem atender à demanda brasileira. Além disso,segundo ele, as redes das empresas e dos diferentes tipos de serviçossão independentes umas das outras, o que impede que haja um apagãogeneralizado nas comunicações. “As redes são paralelas. Por exemplo:quatro operadoras móveis são quatro redes diferentes. Então se umapara, as outras três continuam funcionando. Não é como no sistemaelétrico que só tem tem uma rede que é responsável por tudo. No caso detelecomunicações são várias redes sobrepostas”, explicou o executivo. Odiretor de assuntos regulatórios da Vivo, Ércio Zilli, concorda que “nomomento, não chegamos ao ponto” de um colapso no sistema. Apesar disso, elereconhece que a demanda brasileira por telefonia e internet móveissurpreendeu até os mais otimistas. “O planejamento da redefoi feito com base em parâmetros internacionais, no Brasil elesexcederam totalmente esses parâmetros. Se você olhar poressa ótica eles [os consumidores] surpreenderam nesse nível”, afirmouZilli. Essa demanda se traduz em sobrecarga na rede quefaz esses serviços chegarem ao consumidor. E sobrecarga significa baixavelocidade de internet. “O que a gente vê é o seguinte: é necessáriodefinir planos e serviços não baseados em velocidade e sim porquantidade de tráfico. Isso é mais adequado à realidade do mercado emfunção de não se poder garantir a velocidade”, completou o executivo daVivo. A possibilidade de colapso partiu dopresidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg.Ele admitiu que uma comissão está se reunindo para avaliar essapossibilidade e as soluções, em caso de necessidade. A notícia surgiulogo depois de o ministro das Comunicações, Hélio Costa, apresentar aopresidente Luiz Inácio Lula da Silva um plano de universalização dabanda larga no Brasil.