Analista apóia isenção de IPI dos móveis e diz que outros setores precisam de ajuda

28/11/2009 - 0h58

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O gerente executivo dePolítica Econômica da ConfederaçãoNacional da Indústria, Flávio Castelo Branco, apóiaas medidas adotadas pelo governo esta semana para desonerar aindústria moveleira do país, mas entende que outrossetores também deveriam receber a ajuda do governo.Além de zeraro Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis,incluindo o estoque nas lojas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,anunciou nesta semana a manutenção de imposto reduzidopara a venda de material da construção civil.A desoneração do IPI para o setor moveleiro sóentrou em vigor ontem, com a publicação do decreto noDiário Oficial e irá até 31 de marçodo próximo ano, com impacto fiscal de R$ 217 milhões.Embora lembre que a CNInão acompanha um setor específico, como o moveleiro,com excessivo detalhamento, Flávio Castelo Branco garante quea indústria do setor vinha enfrentado dificuldades desde antesda crise econômica ,devido à competiçãocom os produtos chineses nos mercados interno e externo e a altacarga tributária brasileira.É importanteobservar, segundo ele, que o setor, que faz parte do grupo de bens deconsumo mais leve, como vestuário, calçados, produtosde madeira e couro, tem sofrido grandes impactos da alta valorizaçãodo real, que encarece o produto brasileiro no exterior e deixa aquidentro, no país, alguns importados mais em conta para osconsumidores.“Tenho relatos deantes de 2009, antes da crise, de dois, três, quatro anos,talvez um pouco mais, do setor, principalmente de Santa Catarina e doRio Grande Sul, que tem um polo muito forte, que havia dificuldademuito grande com esses problemas”, disse referindo-se aos jurosconsiderados elevados, a carga tributária ainda alta, como temadmitido o próprio governo, a concorrência com a China eao câmbio sobrevalorizado.De qualquer forma dadosda Receita Federal mostram uma evolução na arrecadaçãode IPI do setor de 2005 a 2008, ano de forte crescimento da economiabrasileira, de aproximadamente R$ 50 milhões, passando de  R$116 milhões para  R$ 166,7 milhões em quatro anos.Quanto à inflação, Castelo Branco não tema preocupação que certos analistas vêmdemonstrando por causa da elevação do consumo apósas desonerações em certos setores para aquecer aeconomia brasileira, que podem somar de R$ 25 bilhões a R$ 27bilhões só em 2009 e chegar a algo próximo R$100 bilhões, considerando os últimoscinco anos. Para ele, são preocupações“excessivas”.