Representante da União Europeia no Brasil reitera preocupação com fabricação de armas pelo Irã

27/11/2009 - 13h36

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O representante da União Europeia (UE) no Brasil, João Pacheco,reiterou hoje (27) que há preocupação dos integrantes do bloco com assuspeitas de que o Irã oculte a produção de armas nucleares. Segundoele, a UE apoia o programa nuclear iraniano desde que com finspacíficos. A reação dele ocorreu no mesmo dia em que a AgênciaInternacional de Energia Atômica (Aiea) aprovou uma resoluçãocensurando o programa iraniano pela construção de uma usina deenriquecimento de urânio suspeita de objetivos militares.“Aposição da União Europeia é bem conhecida e similar à brasileira. Nãotemos nada contra a indústria nuclear para fins pacíficos. Temos umgrupo em contato permanente procurando uma saída nuclear. O que somosé contra a construção de bomba nuclear”, disse Pacheco, que participoude reuniões em Brasília para discutir cooperação científica e técnicana área de energia nuclear.Pela resolução da Aiea, o governo doIrã deve paralisar as atividades da usina de urânio enriquecido. Na última segunda-feira (23), quando esteve no Brasil, o presidente iraniano, MahmoudAhmadinejad, afirmou que a usina nuclear iraniana foi construída hámais de 40 anos e funciona com urânio enriquecido a 20%. Segundo ele, oIrã tem capacidade de produzir este tipo de combustível, mas atualmentevem produzindo apenas o urânio enriquecido a 3,5%.Também na última segunda-feira,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o direito de o Irã desenvolver programa nuclear próprio desde que com fins pacíficos. “O que defendemos há muito tempo é que o Irã tenha o direito a umprograma nuclear para gerar energia, com pleno respeito aos acordosinternacionais”, disse o brasileiro durante pronunciamento ao lado deseu colega iraniano.As usinas relativas ao programa nuclear doIrã já foram submetidas a várias inspeções. Há suspeitas de que ogoverno iraniano oculte o desenvolvimento de pesquisas e produção dearmas nucleares. No Brasil, Ahmadinejad negou as acusações e atribuiuàs grandes potências as denúncias que levantam dúvidas sobre os finsmilitares referentes ao programa iraniano.