Eleições em Honduras envolvem disputa entre partidários de Zelaya e Micheletti

27/11/2009 - 19h10

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A disputa presidencialde Honduras envolve cinco candidatos e uma acirrada concorrência deforças entre partidários do presidente deposto, Manuel Zelaya, e dogolpista Roberto Micheletti. Um dos candidatos foi ex-vice-presidentedo governo Zelaya, outro defende o retorno ao poder do presidentedeposto, um terceiro é seu opositor radical e os dois restantes jáforam derrotados em eleições majoritárias.Há cinco meses emcrise política, o país virou foco das atenções e preocupaçõesinternacionais. O governo brasileiro e outros da América do Sul nãoreconhecem a legitimidade das eleições de domingo, em Honduras. Oministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que reconheceras eleições seria aceitar o golpe de Estado que depôs Zelaya em 28de junho passado.Sem a obrigatoriedadedo voto, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de Honduras apela paraque o eleitorado compareça às urnas. Com o slogan Seu votodecide, o órgão tenta convencer a participação dos cerca de4,6 milhões de eleitores, embora pelo cadastro de 2005 existem3.088.601 pessoas aptas a votar.Na disputa pelaPresidência da República há cinco candidatos: Porfirio Lobo Sosa,do Partido Nacional; Bernard Martinez, do PINU; Felicito Avila, doPDC; Elvin Santos, do Partido Lideral; e Cesar Ham, do Partido daUnificação Democrática (US).De oposição a Zelaya,Porfirio foi presidente do Congresso Nacional, de 2001 a 2005, eperdeu as eleições para o presidente deposto. Quando jovem, eleestudou na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS).Ex-vice-presidente daRepública do governo Zelaya, o empresário Elvin Ernesto Santosdeixou o cargo para disputar as eleições. Com 28 anos de vidapública, tem o nome associado aos empresários e industriais dopaís.Sindicalista, BernardMartínez já disputou o cargo de vice-presidente da República emeleições em 2007 e perdeu. Outro sindicalista e ligado aomovimento de professores é Felicito Avila, que, assim como Martínez,foi candidato a vice-presidente da República, só que, em 1981, eacabou derrotado.Correligionário deZelaya, o sociólogo Cesar Ham defende que o ex-presidente sejarestituído ao poder até o dia 27 de janeiro, quando termina omandato presidencial.