CMN dá mais prazo para bancos se enquadrarem em regra de poupança

26/11/2009 - 17h33

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os bancos que incorporarem outras instituições financeiras terão mais flexibilidade para se enquadrar nos limites de captação de depósito da caderneta de poupança. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu um prazo de 80 meses para as instituições se adaptarem ao limite máximo de 10%.Segundo a chefe adjunta do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do Banco Central, Silvia Marques, a mudança não afetará os correntistas que aplicam na poupança. Apenas trará mais flexibilidade para os bancos que usam recursos da poupança para financiar linhas de crédito no setor imobiliário e no setor rural.Atualmente, os bancos podem destinar os depósitos dos correntistas na caderneta de poupança para duas finalidades: o crédito imobiliário e o crédito rural. De acordo com o Banco Central, 17 bancos – dez privados e sete públicos – usam a poupança para financiar o crédito habitacional e cinco bancos financiam o crédito rural.Em março de 2008, o CMN autorizou um banco que opera a poupança numa determinada finalidade a destinar até 10% dos depósitos dos correntistas na caderneta para outra modalidade. Dessa forma, um banco que opera no setor imobiliário pode usar 10% dos recursos totais da poupança (habitacional e rural) para financiar linhas de crédito rural e vice-versaAo incorporar outra instituição, no entanto, o limite pode ser extrapolado. “Num processo de incorporação, a instituição financeira herda uma carteira de crédito pesada. Muitas vezes, o limite de 10% pode ser ultrapassado ao somarem as carteiras. Agora estamos dando 80 meses para que a transição seja feita”, explicou Silvia.A medida beneficia o Banco do Brasil, que destina os depósitos de poupança para operações de crédito rural. No final do ano passado, a instituição adquiriu a Nossa Caixa, que capta os recursos da poupança para a habitação.A chefe nadjunta do Banco Central, no entanto, acrescentou que a medida beneficiará todas as futuras incorporações. “Se um banco incorpora outro banco com carteira diferente da dele, existe a possibilidade de ultrapassar esse limite”, afirmou.