Anúncio de metas da China, dos EUA e do Brasil melhora chances de acordo em Copenhague

26/11/2009 - 18h59

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ocompromisso apresentado hoje (26) pela China de reduzir as emissõesde gases de efeito estufa entre 40% e 45% até 2020 e osrecentes anúncios dos Estados Unidos e do Brasil sobre osnúmeros que levarão à Conferência dasNações Unidas sobre Mudanças Climáticas(COP-15) melhoram as possibilidades de resultados efetivos nareunião, que começa daqui a duas semanas em Copenhague.“Osnúmeros do Brasil e da China poderiam ser mais ambiciosos e osdos Estados Unidos é vergonhoso. Mesmo assim, politicamente, émuito importante colocar as metas na mesa e a disposiçãodos chefes de Estado de irem a Copenhague”, avalia odiretor-executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado.Ontem(25), a Casa Branca confirmou a ida do presidente Barack Obama à Copenhague e anunciou que a meta dosEstados Unidos é reduzir as emissões em 17% até2020, podendo chegar a 83% em 2050. O compromisso brasileiro éreduzir entre 36,1% e 39,8% as emissões nacionais de gases deefeito estufa até 2020.A dezdias da reunião, Furtado se diz mais “otimista” em relação a Copenhague, mas alerta para o risco de a COP-15 produziracordos retóricos, sem respeitar as recomendaçõescientíficas de redução urgente das emissõesglobais para evitar o colapso climático.“Temosque tomar cuidado para que a COPnão seja um evento que termine em um acordo ruim, com númerospequenos, mas celebrada como o melhor resultado possível. Issoseria um exercício de maquiagem verde”, compara.De acordocom o diretor do Greenpeace, não há mais tempo parafechar um acordo legalmente vinculante em Copenhague, mas épossível garantir que os 192 países da Convenção-Quadroda ONU sobre Mudanças Climáticas cheguem a resultadosbem mais ambiciosos que uma declaração política.“Asdecisões da COP terão que relacionar metas,financiamento, mecanismos para compensação de reduçãonas florestas. E com algum nível de segurança de queesses compromissos não serão apenas discursos. Estáclaro para a sociedade que essa não é uma reuniãoambientalista, e, sim, um evento que vai decidir consequênciaspara todo o planeta."