Amorim diz que não há confronto entre Brasil e Estados Unidos em questões internacionais

26/11/2009 - 20h22

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores,Celso Amorim, disse hoje (26) que não há confronto entre o Brasil e os Estados Unidos em questões internacionais. Amorim tentou minimizar as divergências entreWashington e Brasília, depois das críticas do assessor especial para AssuntosInternacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, àpolítica externa norte-americana, como a crise emHonduras. O governo brasileiro defende a volta do presidentedesposto Manuel Zelaya ao poder e não reconhecerá o resultado daseleições marcadas para o próximo domingo (29), enquanto os Estados Unidos apoiam o novo pleito. SegundoAmorim, os dois países possuem posições diferentes em relação à criseno país centro-americano, mas isso não significa que entraram em conflito. “Nãoconcordamos, mas não vamos fazer disso um ponto de confrontação. Nãoprecisamos ficar com essa obsessão. No Brasil, se tem a obsessão de quese não concorda com os Estados Unidos, um raio vai cair na nossacabeça. Não é assim”, disse o ministro, na Cúpula dos PaísesAmazônicos, em Manaus.O chanceler informou que o presidente já respondeu a carta do presidente dos Estados Unidos, BarackObama. Além de tratar dos temas abordados pelo líder norte-americano nacorrespondência, Lula tratou também do conflito entre Israel ePalestina e a cooperação entre o Brasil e os Estados Unidos para a recuperação doHaiti. No último domingo (22),Obama enviou carta a Lula, na qual criticou a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil.Na correspondência, ele também justifica as posições de seugoverno em defesa das eleições do dia 29 em Honduras, considerando-aslegítimas.O ministro afirmou que conversouhoje, por telefone, durante mais de uma hora, com a secretária de Estado, Hillary Clinton. Ele não revelou os termos da resposta deLula a Obama e nem da carta do presidente norte-americano a Lula.Limitou-se a dizer que as correspondências entre os dois mandatáriosforam em “tom amistoso e compreensivo”.