Meirelles diz que expansão do crédito é positiva mas recomenda atenção aos riscos

25/11/2009 - 17h01

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje (25)que, embora a expansão do crédito seja positiva para o país, éimportante estar atento aos critérios que as instituiçõesfinanceiras devem obedecer para manter padrões sólidos de risco.Segundo ele, isso significa que, ao liberar os recursos, o banco deveestar atento aos volumes e prazos dentro de condições que empresas e pessoas possam honrar os compromissos.“Portanto, a boa gestão de risco é fundamental. Que os bancosconstituam provisões e reservas de liquidez adequadas, e com  índice de capitalização adequados. O Banco Central está atento a tudo isso”, afirmou.Meirelles garantiu, porém, que o Brasil não tem “bolha de crédito”,que é quando há um comportamento exagerado do mercado, que se prova insustentável.Para ele, essa "bolha", sim, pode provocar o que ocorreu nos EstadosUnidos, gerando a crise que depois se alastrou pelo mundo. “Estouro de bolha de crédito leva a crises gravíssimas. Outras são deletérias.”Ao endossar afirmação do chefe adjunto do Departamento Econômico doBC, Túlio Maciel de, que no Natal os consumidores devem pagar asmenores taxas da série histórica da instituição, iniciada em 1994,Meirelles disse que de fato haverá crédito disponível em condiçõesmelhores ainda deste Natal, que este ano deverá ser excelente tambémdevido ao aumento da renda, do emprego e da massa salarial.“O Brasil tem condições de expandir o crédito mais ainda, e a tendência dos juros é de queda”, afirmou Meirelles.Para ele, o Brasil já superou a crise provocada após a quebra do banconorte-americano Lehman Brothers, que gerou uma “onda mundial decontração da economia no quarto trimestre do ano passado, mas existeuma preocupação, que não é só do país, mas do mundo todo, para o que sechama de recaída americana. De qualquer forma, segundo ele, o Brasilestá preparado, embora nenhum país esteja imune às crises, pois mantémcondições econômicas sólidas, que permitiram enfrentar a crise, cujosreflexos foram sentidos no final de 2008, além de desenvolver “umarsenal de medidas” para isso.“Se houver outro problema, se vier ocorrer essa recaída [na economia americana] e atingir o Brasil, será de forma diferente e acredito que o país está preparado para lidar com isso“, afirmou.