Meirelles diz que Brasil enfrentou restrição severa de liquidez e não crise bancária clássica

25/11/2009 - 20h17

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil sofreu umasevera restrição de liquidez durante a crise, mas não enfrentouuma crise bancária considerada clássica, na avaliação dopresidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Um exemplo decrise clássica, segundo ele, é quando um banco quebra e váriosoutros quebram em sequência, em consequência do colapso na primeirainstituição.Para o presidente do BC, o que houve foi umasevera restrição de liquidez, que afetou mais as pequenasinstituições, e foi combatida pelo governo de forma rápida.Meirelles lembrou que o governo brasileiro, o Estado soberano, eracredor, e não devedor em moeda externa. Portanto, tinha condiçõesde tomar decisões para enfrentar a crise.De acordo comMeirelles, além das reservas, o Banco Central tinha posição nomercado futuro, em dólares, e depósitos compulsórios [recolhimentoobrigatório que as instituições financeiras fazem no BC] deliquidez dos bancos no valor de R$ 260 bilhões que puderam serliberados na economia para dar liquidez ao mercado.“Portanto,é uma conjugação de medidas corretas, além de recursos parafazê-las, enquanto outros países não tinham condições”,afirmou Meirelles. Para ele, depois deadotar essas medidas para que a funcionalidade e normalidade domercado fossem restabelecidas gradualmente, o Brasil pode aplicarincentivos fiscais para combater a crise com “mais eficiência” ea queda da taxa básica.Meirelles destacou que houve umasequência de ações que permitiu que o Brasil tivesse condiçõesde enfrentar a crise com sucesso, sair forte, com condiçõesfinanceiras preservadas e sem grandes danos.“O país saiuforte da crise, saiu bem e saiu recuperado. Há um custo e não vamossubestimar a crise, que atingiu o Brasil de uma forma violenta. Foigrave e gerou consequências graves”, concluiu.