Brasil e Estados Unidos divergem sobre política externa em temas específicos

25/11/2009 - 13h06

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dez meses depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,tomar posse, o governo brasileiro não esconde a decepção com acondução da política externa norte-americana.O incômodo aumentoucom a carta enviada no último domingo (22) por Obama aopresidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o norte-americanocritica a visita ao Brasil do presidente do Irã, MahmoudAhmadinejad, na segunda-feira, dia 23.Na correspondência deObama, ele também justifica as posições de seu governo em defesadas eleições do dia 29 em Honduras, considerando-as legítimas, aocontrário do que afirma o governo brasileiro. O documento contémoutros pontos divergentes.Ao contrário doBrasil, cuja prioridade é apoiar ações internacionais comuns paraa redução da emissão de gases poluentes – assunto debatido naConferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas(COP-15), em Copenhague, na Dinamarca -, os Estados Unidos evitamdefinir metas.No que diz respeito àRodada Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC), osbrasileiros querem a abertura dos mercados agrícolas com reduçãode subsídios nos Estados Unidos, mas os norte-americanos têm outraposição. As negociações estão paralisadas.O desconforto com essesassuntos ganhou voz ontem (24), quando o assessor especial paraAssuntos Internacionais da Presidência da República, Marco AurélioGarcia, externou que havia uma preocupação do governo brasileirocom os caminhos da política internacional de Obama.“Entendemos que opresidente Obama está enfrentando uma situação complexa em seupaís, com uma agenda interna complexa, mas a grande verdade é aseguinte: isto provoca uma certa frustração”.

Principais divergências entre os dois países no cenáriointernacional