Partidos da base discutem alianças para 2010 e alguns cogitam candidatura própria

24/11/2009 - 15h37

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dificuldade derepetir nos estados, em 2010, a aliança nacional de apoio ao presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e o crescimento de nomes da própria base naspesquisas eleitorais sobre sucessão presidencial têm levado os partidos dabase fora do eixo PT-PMDB a cobrar maior discussão sobre ascandidaturas para as próximas eleições. Este é o caso, por exemplo, do PSB, que vê o nome dodeputado Ciro Gomes (PSB-CE) crescer nas últimas pesquisas de opinião,como a da CNT/Sensus, divulgada ontem (23).O senadorRenato Casagrande (PSB-ES) afirmou hoje (24), à Agência Brasil, que a candidaturaprópria está consolidada no partido. O PSB, agora, disse ele, teráque conversar com outras legendas para amarrar uma aliança em torno deCiro Gomes que permita dar ao eventual candidato um espaço maior depropaganda política na televisão e no rádio. A decisão, no entanto, sópoderá ser tomada em março e, até lá, o momento é de muita conversa entre prováveis aliados, conforme destacou Casagrande.Oparlamentar também não poupou críticas à forma como está sendocosturada a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, DilmaRousseff. “Essa aliança é só entre o PT e o PMDB”, disse Casagrande.Segundo ele, diante dessa postura, não cabe outra saída ao PSB a não ser partirpara uma candidatura própria e deixar para avaliar qualquer aliança nosegundo turno.Aliado histórico do PT, o PCdoB defende a maiorunião possível em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Osenador Inácio Arruda (PCdoB-CE) ressalta que esta “união”,necessariamente, não passa por uma eventual candidatura da ministraDilma Rousseff, apesar de reconhecer que ela já foi “ungida” por Lula.Ocomunista ressaltou que, neste momento, o partido conversa com todos osprováveis candidatos dentro da base governista, como é o caso dodeputado Ciro Gomes. “Os nomes estão postos, como a Dilma e o Ciro, etemos que ter sensibilidade sobre isso”, afirmou Inácio Arruda.NoPDT, as dificuldades de compor a aliança nacional em torno de DilmaRousseff residem nos acordos estaduais, afirmou o líder trabalhista noSenado, Osmar Dias (PR). Ele citou como exemplos os estados como o RioGrande do Sul, Maranhão e Espírito Santo, além do seu próprio.Pré-candidato ao governo numa aliança com o PT, Osmar Dias disse que sólançará sua candidatura se os petistas lhe garantirem apoio efetivo nacampanha, e não apenas formal, para ganhar o tempo na televisão e no rádioreservado ao PDT.“Já falei sobre isso com a ministra Dilma. Sefor só para garantir espaço de propaganda no rádio e na TV, é melhorcolocar um carpinteiro como candidato ao governo do Paraná”, disseOsmar Dias. O senador, no entanto, não  vê muitas alternativas para oseu partido senão o apoio à candidatura da ministra.Já o líderdo PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), disse que o partido está construindo amais ampla aliança em torno da candidatura de Dilma e não acredita emdebandadas da atual base governista no primeiro turno. “Com o presidenteLula, com 80% de aprovação e dois terços de apoio popular, teremos um tempo de TV que nunca tivemos”, disse o petista.Mercadanteressaltou que, neste contexto, a participação do presidente Lula nosprogramas será “um fator decisivo para a vitória e vai alavancar acandidatura de Dilma”. Ele reconheceu que ter dois palanques para aministra nos estados pode complicar a campanha e, por isso, ainiciativa, agora, é tentar compor ao máximo os problemas estaduais.