Minc diz a deputados que agricultura tem sido solução para preservação do meio ambiente

24/11/2009 - 18h34

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou hoje (24) que suaárea tem cada vez mais concordâncias com a agricultura, que,segundo ele, tem se tornado também uma solução para a preservaçãodo meio ambiente e a redução das emissões de gases de efeitoestufa. Ao participar de audiência pública da comissãoespecial que discute as propostas dos novos códigos Ambiental eFlorestal brasileiros, Minc disse que, para que os agricultorespossam se adequar à legislação ambiental, será criado o programaMais Ambiente. Ele informou que o acordo que possibilitará aimplantação do programa já foi feito com os ministérios daAgricultura e do Desenvolvimento Agrário.Diferentemente dosencontros entre Minc e representantes dos produtores rurais,geralmente marcados por polêmicas e confrontos verbais, na audiênciadesta tarde, alguns deputados elogiaram a postura do ministro edisseram que, das quase 50 audiências em que ele esteve presente noCongresso, desde que assumiu a pasta do Meio Ambiente, esta foi a queregistrou mais pontos de consenso entre as duas partes.Para orelator da comissão especial, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), noentanto, a situação no campo é menos tranquila do que afirma oministro Carlos Minc. Na audiência, Rebelo disse ao ministro que elee membros da comissão visitaram os estados de Mato Grosso, deRondônia e do Pará e encontraram no campo uma “populaçãoaterrorizada”.“O que vi me deixou chocado, estarrecido. Oque encontrei foi uma população intimidada, aterrorizada, como sefossem refugiados políticos em seu próprio pais. Em Mato grosso,vimos 1.200 famílias de assentados do Incra [InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária]que estão sem poder receber crédito porque dez das 1.200propriedades foram multadas”, relatou o deputado. De acordo comRebelo, nesses estados, os produtores temem as restrições impostaspela legislação ambiental, que dificultam o acesso deles aocréditoRebelo disse que a falta acesso a informações porparte dos produtores rurais de algumas regiões do país aumenta asensação de medo. Ele falou também sobre a situação de algunsprodutores da Amazônia que, durante a ditadura militar, foramobrigados a desmatar pelo menos 50% das terras para receber o títulode propriedade. Para Rebelo, a consciência ambiental em estados comoMato Grosso, Rondônia e Pará, ainda assim, é maior do que a vistaem outros estados.“Parece que os órgãos do governomarcaram com ferro em brasa esses estados, que são mais preservadosdo que os estados da maioria dos presentes aqui e onde não vi aconsciência ambiental que vi nesses lugares”, comentou Rebelo.