Diretor indicado do BC defende manutenção do câmbio flutuante

24/11/2009 - 13h22

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor indicado doBanco Central, Aldo Luiz Mendes, defendeu a manutenção do câmbio flutuante (sem valorfixo) e afirmou que o governo não define valor ideal da taxa decâmbio, que deve ser delimitado pelo mercado financeiro, nas açõesdo dia a dia por meio da oferta e demanda de moeda estrangeira.Mendes foi sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos do SenadoFederal.Ele justificou avalorização excessiva do real e a queda do dólar como consequênciado momento excepcional de oferta de moeda estrangeira, fruto dainjeção de recursos que houve nas economias dos diversos paísespara combater a crise econômica. Mendes ressaltou que oenfraquecimento do dólar tem ocorrido em todos os lugares e , clarono Brasil, tem reflexo na taxa de câmbio.“Por outro lado, aeconomia brasileira tem apresentado estabilidade e excelenteexpectativa de crescimento. Sendo assim, tem atraído investimento”,disse para mostrar que existe uma combinação local e internacionalfavoráveis ao ingresso de moeda estrangeira.No último dia 17,diante de uma plateia de empresários, o ministro da Fazenda, GuidoMantega, comentou estudo do banco de investimentos Goldman Sachs,segundo o qual o câmbio de equilíbrio para o Brasil (o valor dodólar levando em conta a inflação e o nível de produtividade)seria de R$ 2,60 e não o nível atual de R$ 1,70.Mantega enfatizou naocasião que o governo não trabalha com o conceito de câmbio deequilíbrio, mas admitiu bem humorado que com câmbio a essa taxa deR$ 2,60 o país venceria as indústrias chinesa e a coreana.Com o real muito forte,as exportações ficam caras e os produtos brasileiros deixam de sercompetitivos. Mantega, no entanto, se apressou em dizer que o estudonão endossa o que o governo considera câmbio ideal.