Desigualdade de gênero e violência deixam mulheres no topo de infectados por HIV, diz ministra

24/11/2009 - 13h43

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Asinfecções por HIV em mulheres na faixa etária de15 a 24 anos chegam a representar 75% do total em todo o mundo, deacordo com documento lançado hoje (24) pelo Programa dasNações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Para a ministrada Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, NilcéaFreire, a desigualdade de gênero e a violência contra amulher dificultam a prevenção à doença.Aocomentar os dados do Relatório sobre a Epidemia Global deAids 2009, ela destacou que épreciso olhar para o futuro com alguma esperança, mastendo a certeza de que o ritmo de redução da epidemiade aids será muito menor do que o esperado. A ministra afirmouainda que há uma “feminização” no avançoda doença no mundo.Aoparticipar do lançamento do relatório, Nilcéa lembrou adificuldade de muitas mulheres em negociar o uso do preservativo comseus parceiros, o que provoca diagnósticos tardios. Ela citouainda o despreparo e a falta de conhecimento, além dadiscriminação por parte dos própriosprofissionais de saúde, em relação amulheres soropositivas.“Desde2007, estratégia específica para tratar o HIV entre asmulheres inclui o acesso à informação, àprevenção, ao tratamento e inclui a desigualdade de gêneroe a violência como fatores determinantes na infecção”,disse.Aministra criticou ainda a dificuldade para ter acesso ao preservativo feminino, jáque o custo permanece elevado. Em 2008, segundo ela, um total de 7milhões de unidades foram distribuídas. A expectativapara 2010 é de 9 milhões e, para 2011, de 10 milhões.Asecretaria negocia com um fabricante internacional de preservativosfemininos a instalação de uma fábrica no Brasil.Segundo Nilcéa, há interesse por parte da indústriae o país poderia se tornar ponto de distribuiçãoimportante na América Latina.Os dadossobre a incidência do HIV e da aids no Brasil serãolançados pelo Ministério da Saúde na próximaquinta-feira (26). O Unaids aponta a América Latina como aregião com maior cobertura de medicamento antirretroviral –das 445 mil pessoas em tratamento, 180 mil estão no Brasil.De acordocom a diretora do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais,Mariangela Simão, o orçamento deste ano para combatee tratamento do HIV/Aids é de R$ 1,4 bilhão. Por ano,os gastos com apenas um paciente soropositivo variam de US$ 670 aUS$ 22 mil.No dia 1ºde dezembro – Dia Mundial da Luta contra a Aids – a FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz) lança uma pesquisa sobre a qualidade devida de pessoas em terapia antirretroviral.