Desembolsos do BNDES atingem recorde de R$ 107,5 bilhões até outubro

24/11/2009 - 20h09

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os desembolsos efetuados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES), entre janeiro e outubro deste ano, alcançaram o valor recorde de R$ 107,5 bilhões. O chefe do Departamento de Orçamento da Área de Planejamento do BNDES, Gabriel Visconti, atribuiu esse desempenho a dois fatores: a rápida resposta orquestrada pelo governo à crise externa, com o banco estatal à frente; e a solidez da economia brasileira, que fez com que os empresários, no máximo, adiassem os investimentos que estão agora retomando. O valor supera em 50% o de igual período do ano passado.A área da indústria liderou os desembolsos  nos dez primeiros meses do ano. O setor respondeu por 49% do total liberado, acumulando R$ 52,6 bilhões, o que revela alta de 82% na comparação com o mesmo período de 2008. Para infraestrutura, os desembolsos somaram R$ 36 bilhões, com incremento de 28%. Visconti destacou que “o importante é que os dois segmentos vêm demonstrando apetite por recursos e os investimentos têm sido importantes para o crescimento da economia”.Na parte de infraestrutura foi registrada expansão significativa das liberações de recursos para projetos de energia elétrica. "Sem energia, a gente não cresce. Então, se o país pretende alcançar taxas de crescimento mais elevadas a partir de 2010, é fundamental que a gente invista. E os investimentos em infraestrutura são muito importantes”. Além de energia, Visconti salientou telecomunicações, rodovias e portos entre os projetos nos quais o BNDES deverá  ampliar sua participação nos próximos anos.Na área industrial,  os setores que mais se destacaram no período analisado foram química e petroquímica, incluindo projetos da Petrobras, e material de transporte, entre outros, “consolidando a confiança das empresas na economia brasileira”. Visconti afirmou que mesmo em um ano de crise, as expectativas em relação ao  crescimento do Brasil nos próximos anos são muito favoráveis. “Não houve nenhuma reversão de investimentos por parte dos empresários. Houve adiamentos,  mas não cancelamentos. É isso que importa para a gente”.

 No início do ano, a meta do BNDES era crescer 15% em relação ao ano anterior, o que significava atingir desembolsos de R$ 106 bilhões. Essa meta foi superada em outubro. Visconti espera chegar a dezembro com liberações superiores a R$ 120 bilhões, o que “vai consolidar um recorde histórico do BNDES. Nunca antes o banco desembolsou tanto. E, se considerarmos um ano de crise, esse resultado é realmente espetacular.”

 No acumulado dos últimos 12 meses, houve expansão de 48% nos desembolsos do BNDES, que somaram R$ 128,3 bilhões.