Críticos de apoio de Lula a Ahmadinejad não compreenderam posição brasileira, diz Garcia

24/11/2009 - 17h45

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As críticas externas, refletidas em parte da imprensa estrangeira, sobre avisita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e o apoiodo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao programa de energia nucleariraniano foram rebatidas hoje (24) pelo assessor especial para AssuntosInternacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia. “O Brasil defendeu para o Irã a mesma política que estamosdefendendo para nós mesmos, isto é, o processo de enriquecimento deurânio para fins pacíficos sob supervisão da Agência Internacional deEnergia Atômica. Se algum país criticou isso, criticou de formaerrada”, disse o assessor especial.Ontem (23), ao receberAhmadinejad, Lula disse que o governo brasileiro encorajava o Irã adesenvolver seu programa de energia nuclear desde que com finspacíficos. Para autoridades estrangeiras, há suspeitas de que o Irãoculte a fabricação de armas nucleares, transgredindo normasinternacionais. “Reconhecemos o direito do Irã de desenvolverprograma nuclear para fins pacíficos com todo o respeito aos acordosinternacionais”, disse Lula, na declaração conjunta ao lado doiraniano, no Itamaraty.  “O Brasil sonha com o Oriente Médio livre dearmas nucleares, como ocorre em nossa querida América Latina.”SegundoLula, se o governo iraniano seguir as normas internacionais e tiverposição semelhante à brasileira contará com seu apoio. “Encorajo assimVossa Excelência a continuar o engajamento com países interessados demodo a encontrar uma solução justa e equilibrada para a questão nucleariraniana”, afirmou. “O Brasil sonha com o Oriente Médio livre de armasnucleares, como ocorre em nossa querida América Latina.”Garcia disse que Lula vai, no primeiro semestre do próximo ano, à Jordânia, a Israel, ao território palestino e ao Irã. Oassessor ressaltou que é necessário analisar que nos últimos dias Luladesempenhou um papel “privilegiado” nas negociações em busca de umacordo de paz no Oriente Médio, ao receber os presidentes de Israel,Shimon Peres, depois da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, eagora Ahmadinejad.    “Tvemos uma situação privilegiada. Em um espaço de dez dias,estiveram no Brasil o presidente de Israel, o presidente daAutoridade Palestina e o presidente do Irã, que são três líderes importantes. OItamaraty continua fazendo seu trabalho cotidiano, mas já alimentado poressas novas informações e opiniões que aqui chegaram”, disse Garcia.