Para SNA, crise internacional não pode ameaçar agronegócio brasileiro

23/11/2009 - 6h30

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - “Compatibilizar o potencial de produção com a chamada crise econômica mundial é o grande desafio do agronegócio brasileiro no momento”, afirmou o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Octavio Mello Alvarenga.Segundo ele, existe um exagero em entender a crise como uma ameaça à agricultura do Brasil. “Nós não temos nada a ver com a crise real da América do Norte”. Alvarenga recomendou que as análises da situação externa sejam feitas com cuidado. “Para que a gente, que não atolou, não enfie o pé no barro”.O presidente da SNA acredita que as atividades de pecuária e agricultura podem coexistir pacificamente na Amazônia, levando para a região o desenvolvimento sustentável. Para isso, destacou  a necessidade de agir com racionalidade. “Tem que aplicar técnicas modernas e tem que conhecer os seus limites. Isso é que o  caboclo, de modo geral, tem. É a natureza do agronegócio que vai traçando limites para a gente”, sugeriu.Sustentabilidade no agronegócio, segurança alimentar, legislação agrária e inovação tecnológica para aumento da produtividade são temas que estarão em debate no Rio de Janeiro amanhã (24) e depois, durante o 11º Congresso Brasileiro de Agribusiness, promovido pela SNA.Outro tema em destaque é a produção de alimentos orgânicos pela agricultura familiar. Octavio Mello Alvarenga  informou que o encontro discutirá também pesquisa recente freita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Meio Ambiente com um grupo de produtores do eixo Sul/Centro-Oeste a respeito de práticas autosustentáveis.A pesquisa mostra que  cem por cento das propriedades adotam a rotação de culturas, adubação verde e plantio direto, 94% promovem análise de solo, 88% cultivam espécies vegetais e animais para abastecer a propriedade, 52% não usam adubos não químicos  e quase 65% recorrem à integração lavoura-pecuária.Alvarenga espera que o Congresso de Agribusiness contribua ainda para despertar nas autoridades do Rio o interesse pelo tema da agricultura. Observou que a questão não tem o merecido destaque no estado. “Isso é extremamente negativo para nós. Esse é o desafio a ser vencido no curto prazo”.O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho,  participa da abertura do congresso, que será realizado na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.