Lula diz que apoia programa nuclear do Irã desde que seja com fins pacíficos

23/11/2009 - 16h52

Yara Aquino e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Depois de uma longa reunião com o presidente iraniano, MahmoudAhmadinejad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (23)o direito de o governo do Irã desenvolver seu programa nuclear. Noentanto, Lula ressaltou que a posição brasileira é defender um programa que obedeça o objetivo de fins pacíficos e respeite os acordosinternacionais, a exemplo do que faz o governo do Brasil. “Esseé o caminho que o Brasil vem trilhando em obediência à nossaConstituição que proíbe a produção e utilização de armas nucleares.Não proliferação e desarmamento mundial devem andar juntos”, disse Lulaao lado presidente do Irã. Ambos deram declarações conjuntas eresponderam a duas perguntas de jornalistas brasileiros e estrangeiros.Hápolêmicas envolvendo o programa de energia nuclear do Irã que ésuspeito de ocultar a produção de armas nuclear capazes de efeitos emmassa. Os organismos internacionais responsáveis pelasfiscalizações enviam frequentemente inspetores para que analisemdocumentos e as usinas iranianas.Lula afirmou que o Brasilsonha com um Oriente Médio livre de armas nucleares e encorajou opresidente iraniano a continuar o engajamento com países interessados demodo a encontrar uma solução justa e equilibrada para a questão nucleariraniana. “Reconhecemos o direito do Irã de desenvolverprograma nuclear para fins pacíficos com todo o respeito aos acordosinternacionais”, reiterou o presidente Lula. “O Brasil sonha com oOriente Médio livre de armas nucleares, como ocorre em nossa queridaAmérica Latina.”Segundo Lula, se o governo iraniano seguir asnormas internacionais e tiver posição semelhante à brasileira contarácom seu apoio. “Encorajo assim Vossa Excelência a continuar oengajamento com países interessados de modo a encontrar uma soluçãojusta e equilibrada para a questão nuclear iraniana”, afirmou opresidente brasileiro.Preocupado em evitar atrasos, Lula foivencido pelo tempo e a ampliação da reunião bilateral com Ahmadinejad.A agenda política programada pelos assessores dos dois presidentessofreu mais de duas horas de atraso. Como habitualmente ocorre,Ahmadinejad respondeu longamente às questões e fez um discurso de 17minutos. A declaração conjunta e a rápida entrevista de Lula e doiraniano ocorreram antes de ambos almoçarem o que provocou brincadeirado presidente brasileiro, que deu a entender que estava com fome.