Arrecadação em 2010 será melhor do que este ano, mas não deve chegar aos níveis de 2008

23/11/2009 - 14h35

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No próximo ano, aarrecadação de impostos e contribuições federais poderá nãochegar aos níveis de 2008. Segundo o coordenador geral de Estudos,Previsão e Análise da Receita Federal, Raimundo Elói de Carvalho,não dá fazer projeções porque naquele período foi registrado omelhor resultado da série.Elói divulgou hoje (23) a arrecadação de outubro, quando a Receitaobteve o primeiro resultado positivo depois de 11 meses e o melhorpara meses de outubro da série, já descontada a inflação.“O cenáriocertamente será melhor do que 2009. Agora, não sei se no mesmonível de 2008. Entre 2007 e 2008, nós tínhamos indicadoresimportantes e foi o nível de PIB [Produto Interno Bruto, a somade bens e serviços produzidos no país] mais elevado”, disse.Elói acredita que o crescimento de arrecadação em novembro deveser melhor se comparado ao mesmo período do ano passado, quando opaís já sofria os efeitos da crise econômica internacional.Mesmo com o crescimentoda economia em 5%, como estima a área econômica, Elói não arriscaprognósticos, já que outros fatores que influenciaram no resultadoanteriormente precisam ser analisados como, por exemplo, a venda departicipações acionárias, que tiveram reflexos nas receitas emanos anteriores.Em outubro a arrecadação toral chegou a R$ 68,839 bilhões, comcrescimento real de 0,90%, em comparação a outubro do ano passado,descontada a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços aoConsumidor Amplo.No ano, a arrecadaçãoacumula R$ 552,475 bilhões, com queda real (descontada a inflação)de 6,83% em comparação ao mesmo período do ano passado. Se forconsiderada apenas a arrecadação administrada pela Receita, ocrescimento foi de 3,20% em relação ao mesmo período do anopassado, revertendo também quedas sucessiva.Esse resultado não pode indicar uma tendência, pois teve a ajuda dedepósitos judiciais de R$ 5 bilhões e do pagamento de parcelas deimpostos atrasados, no total de R$ 776 milhões. Os depósitosjudiciais estavam nos bancos até novembro de 1998 e passaram a sertransferidos para a conta única do Tesouro Nacional.No ano, essas transferências somaram R$ 6,7 bilhões, com R$ 1,7bilhão em agosto e R$ 5 bilhões em outubro. Estimativas da própriaReceita mostram que mais R$ 1 bilhão deve ser depositado ainda porconta das alterações.“Se não houvesseessa arrecadação pontual no mês de outubro, teríamos umdecréscimo de 5,96% no mês”.