Ahmadinejad defende que Brasil seja membro permanente no Conselho de Segurança da ONU

23/11/2009 - 17h25

Renata Giraldi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Irã,  Mahmoud Ahmadinejad, defendeu hoje (23) que oBrasil seja integrado como membro permanente do Conselho de Segurançada Organização das Nações Unidas (ONU). Desde o governo doex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil pleiteia tornar-seintegrante do órgão. Segundo Ahmadinejad, a história recente mostraque o conselho fracassou em várias negociações, por isso necessita serreformado.“O Conselho de Segurança da ONU precisa passar porprofundas mudanças. Nos últimos anos, o conselho fracassou [em váriasnegociações]”, afirmou o iraniano durante declaração conjunta, ao ladodo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Itamaraty. “O conselho deveser reformado. Apoiamos a candidatura de novos membros individuais.Apoiamos a presença do Brasil como membro permanente.”   Emresposta, o presidente Lula disse que, pela posição que o Brasil sempreassumiu em defesa da paz mundial está capacitado para assumir-se comomembro permanente do conselho. "Temos defendido ao longo dos últimos 15anos a necessidade da mudança das Nações Unidas com a reforma profundado conselho para que todos os continentes estejam representantes noórgão. E para que as decisões sejam tomadas com base em uma realidadecontemporânea", disse ele.O presidente brasileiro lembra que aatual formação do conselho foi consolidada nos anos 40, quando o mundotinha uma outra realidade. Segundo Lula, é necessário adequar o órgãoao mundo atual.      Ahmadinejad disse, ainda, que outrosorganismos, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o BancoMundial também devem ser submetidos a mudanças nas suas estruturas. “OFMI e o Banco Mundial  deveriam tomar medidas mais com vistas à justiçae à visão igualitária das nações. A estrutura econômica [como um todo]deve ser mudada”, disse o presidente iraniano.Sem citar o nome dos Estados Unidosnem especificamente o de outros países,  Ahmadinejad reclamou da pressãoestrangeira para impor um modo de pensar e agir comum, sem consideraras diferenças culturais de cada região. “As estruturas nãodeveriam ser impostas por um único modo [de agir e pensar]. O climacultural deve formar-se com base no respeito e na igualdade”, afirmouAhmadinejad. O presidente iraniano cumpre uma agenda intensapolítica e econômica em Brasília. Houve atrasos nos horários marcadosanteriormente, além da declaração conjunta. Na programação, houve, ainda, uma rápida entrevistacoletiva, assinatura de atos, reuniões bilaterais e almoço.