Comunidade quilombola da Baía de Sepetiba deve receber luz elétrica em 2010

21/11/2009 - 11h20

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As obras para levar aenergia elétrica à comunidade quilombola de Marambaia,na Baía de Sepetiba, devem começar a partir de janeirode 2010. A informação é do coordenador, no Riode Janeiro, do programa Luz para Todos do Ministério de Minas e Energia, Luiz Carlos Oliveira. Segundo o coordenador, somente em outubro foiliberada a licença ambiental para a execução daobra. A licença é necessária por causa dainstalação de um cabo submarino passando pela Baía de Sepetiba, trazendo a energia do continente para a ilha.Por causa disso, de acordo com Oliveira, a Amplasó adquiriu os materiais após a liberaçãoda licença a fim de evitar o risco de sofrer prejuízocom embargo do empreendimento. O coordenador disse ainda que devido àcomplexidade da ligação, que custará R$ 10milhões, a previsão é de que ela só sejaconcluída em meados de 2010. “Demorou por conta das especificidades. Vamospassar um cabo submarino, transportar postes para ilha, alémde ter uma série de cuidados ambientais”, afirmou. Perguntado sobre a viabilidade da instalaçãode placas de energia solar na comunidade para agilizar oabastecimento de energia no quilombo, Oliveira esclareceu que essetipo de equipamento custa mais caro e tem pouca eficiênciaenergética. “As placas não aguentam nem umageladeira”, disse.As cerca de 160 famílias da Ilha deMarambaia e mais 9,5 mil domicílios quilombolas de todo paísintegram uma fila para o atendimento do Luz para Todos, que de 2004até hoje levou energia para 20 mil domicíliosquilombolas. A meta do governo é de atender as 9,5 milfamílias até o fim de 2010, totalizando um investimentode R$ 171 milhões, segundo o Ministério de Minas eEnergia.Em Marambaia, comunidade acessível somentepelo mar, a falta de energia é um dos principais problemas,junto com a complexa a regularizaçãoda terra, em análise na Casa Civil. A presidente daassociação de moradores, Vânia Guerra, defendeque a regularização da terra e o abastecimento deenergia são fundamentais para a existência dacomunidade.“Não temos infraestrutura e segurança[jurídica] paradesenvolver projetos lucrativos e de educação”,afirmou. “Sem um freezer para conservar os alimentos – oque afeta não só o nosso consumo como os empregos - anossa principal atividade [a pesca] fica prejudicada. E paraos jovens, instalar um computador ou algo do tipo éinimaginável”, completou. O governo federal prometeua instalação da luz no quilombo da Baída deSepetiba desde o ano passado. Outra promessa é arecuperação da Escola de Pesca Darcy Vargas, desativadana década de 1970. Segundo os quilombolas, a escola poderiafuncionar como um polo de educação profissional,assegurando aumento na renda da comunidade e dos vilarejos caiçaraspróximos, como os das ilhas Soroca, Jaguanum e Jardins.