Ação da Cidadania promove destruição de armas de brinquedo doadas a crianças pobres

21/11/2009 - 17h37

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 6.500 armas de brinquedo foram destruídas em frente à Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro,no final da manhã de hoje (21), por representantes de váriascomunidades assistidas pela Ação da Cidadania. A manifestação simbólicamarcou o repúdio do movimento à distribuição, como forma de doação, deste tipo de brinquedo acrianças já expostas a situações de risco no seu dia a dia, nas áreasperiféricas da cidade.“Estas armas de brinquedo foram doadasnos últimos três anos pelo comércio e por pessoas da sociedade para oNatal das crianças carentes”, disse Maria José Andrade, a coordenadora daAção da Cidadania, criada há 17 anos pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Segundo ela, o movimento tem aproximadamente 900comitês em comunidades carentes.“Os comitês dão assistênciasocial a idosos, crianças e  mulheres em comunidades onde é importanteesta ação, situadas na zona oeste, na Baixada Fluminense e em outrasáreas carentes da própria cidade do Rio. Não faz sentido dar depresente de Natal a estas crianças armas de brinquedo”, explicou.Inseridana campanha “Natal sem Fome dos Sonhos”, tradicional arrecadadora delivros e brinquedos para distribuição nos fins de ano, a iniciativa “Arma não éBrinquedo – pelo Direito à Infância sem Violência” atraiu a atenção dequem passou pelo começo da Avenida Presidente Vargas.Maria Joséestimou em 220 mil os brinquedos doados no ano passado para a campanha,dos quais algo como 5% são armas, em sua maioria pistolasde água.Espalhado pelo chão daPraça Pio X, defronte à Igreja da Candelária, o arsenal de mentirinhafoi pisoteado pelos representantes das comunidades beneficiadas pelaAção da Cidadania e seus destroços foram logo recolhidos por garis daComlurb, a empresa municipal de limpeza urbana, para serem entregues a uma cooperativa de catadores de lixo reclicável.Amesma área do evento foi palco da Chacina da Candelária, como ficouconhecido o episódio em que oito meninos de rua foram assassinados enquanto dormiam, porpoliciais, na noite de 23 de julho de 1993. No local, costumavam dormir mais de 70 menores, até o trágico ataque, de repercussão internacional.