Lula diz na Bahia que já tomou decisão sobre Battisti, mas não revela qual é

20/11/2009 - 14h05

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva afirmou hoje (20) que o escritor e ex-ativistapolítico italiano Cesare Battisti deveria encerrar a greve de fomeporque não é o momento para esse tipo de “pressão”. Lulaafirmou que sua decisão em relação ao caso Battisti já estátomada, mas não quis adiantar qual é."Eu já tenho [a decisão]", disse Lula aos jornalistas, que insistiram em saber qual era a definição: "Não posso. Só posso me manifestar nos autos do processo". Preso na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, Battisti estáem greve de fome desde o dia 13 deste mês. “Já disse paraele [Battisti]: pare com a greve de fome, porque eu já fizgreve de fome e é um ato de desespero ou de ignorância, eu jamaisfaria outra vez. Isso não ajuda a ele, nós não estamos mais nomomento de ficar recebendo esse tipo de pressão”, disse opresidente, em entrevista às rádios Metrópole e Excelsior, deSalvador .O presidentemanifestou tranquilidade em relação ao caso: “Estou muitotranquilo, porque quem já passou pelo que já passei, já fez o queeu fiz, não vai ficar preocupado com o caso Battisti. É mais umcaso.” Na última quarta-feira (18), por maioria de votos,os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) posicionaram-se afavor da extradição do italiano. Em seguida, o STF decidiu deixarpara o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a palavra final sobre aextradição do italiano. O Supremo entendeu, por 5 votos a 4, queLula não precisa seguir a decisão da Corte em casos deextradição.Na entrevista, os radialistas perguntaram se Lula achava certo o Supremo ter jogado em seu colo "um abacaxi" (decisão sobre o caso Battisti), e o presidente respondeu: "Sou bom de colo. Criei cinco filhos aqui, sentados no meu colo. Só estouaguardando que o tribunal entenda o que ele decidiu." Lula disse que, assim que o STF fizer sua comunicação, vai "sentar tranquilamente" e tomar suadecisão. "E o mundo inteiro vai saber o que decidi. Só estou esperando otribunal."Battisti foi condenado à prisão perpétua naItália, em 1993, acusado de quatro assassinatos. Exilado, viveu naFrança e no México e veio para o Brasil, onde foi preso em 2007. Emjaneiro, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgiopolítico a ele.