Em São Paulo, marcha marca o Dia da Consciência Negra

20/11/2009 - 17h53

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O fim da intolerância religiosa, a importância da regularização de terras quilombolas e o fim do genocídio da juventude negra estão entre as principais reivindicações da 6ª Marcha da Consciência Negra no Largo do Paiçandu, realizada na manhã de hoje (20) em São Paulo. Presente ao evento, o babalorixáFrancisco de Osun disse que é importante avançar em ações de respeitomútuo. "Não tenhoque respeitar porque você é evangélico, judeu, hindu, mulçumano,espírita e, sim, porque há um ser humano antes de qualquer religião",explicou.Para o coordenador da Congregação Nacional de Entidades Negras (Conen), Joãozinho de Oliveira, um dos temas que merece destaque em 2009 é o destino dos lucros do petróleo da camada pré-sal. Com cartazes nos quais estavam escritos "Pré-sal: ouro negro para o negro brasileiro", os militantes falavam da importância de estudar um modelo que privilegie ações afirmativas para negros com o dinheiro do pré-sal."O debate entre as entidades do movimento negro começou com o marco regulatório: sabemos que o petróleo é nosso, mas quem são estes nossos? Temos que tomar cuidado para que os benefícios não fiquem com a mesma minoria branca capitalista que há anos domina o país", afirmou Oliveira.Para ele, a prioridade das ações públicas deve ser baseada em temas como saúde, emprego, educação e moradia. "Os recursos devem ser destinados para estas áreas, que são as peças-chave para combater a miséria, que mais acomete os negros", afirmou.Pela primeira vez no evento, o auxiliar de enfermagem Rubens Santiago foi ao Largo do Paiçandu por acreditar no poder das manifestações: "Considero importante vir aqui pedir mais oportunidades para os negros, que nunca foram privilegiados", disse. Na Praça da Sé, o grupo baiano Ilê Aiyê fez uma apresentação em frente à Catedral lembrando o líder negro Zumbi dos Palmares.