Afrodescendentes sofrem preconceito nas relações de consumo, mostra Procon

20/11/2009 - 10h01

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma pesquisa feita pela Fundação de Proteção ao Consumidor (Procon) mostrou que 44,26% dos afrodescendentes do município de São Paulo já sofreram algum tipo de discriminação nas relações de consumo. Realizado em parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares, o estudo revelou que apenas 3,7% dos consumidores denunciaram a discriminação às autoridades competentes. Os consumidores mostraram ainda que a prática mais comum é a falta de atendimento por vendedores, a desconfiança dos seguranças e até mesmo a proibição da entrada no estabelecimento.A falta de atendimento foi o que fez a nutricionista Luciana Aparecida Mazagão procurar uma concessionária de marca concorrente à que queria na hora de trocar o carro. "Fui à loja escolher um veículo novo e ninguém me atendeu. Achei um absurdo porque além de ser preconceito com a minha cor também foi falta de educação, pois estava grávida e não tive nenhuma prioridade", lembrou. A nutricionista pediu que um vendedor a atendesse, sem sucesso. "Fui embora e fiquei com tanta raiva daquela concessionária que decidi comprar um carro de outra marca e em outra loja, onde fui muito bem atendida", explicou.A pesquisa do Procon mostrou ainda que o  tipo  de  estabelecimento  em  que  o consumidor  afrodescendente  mais  se  sentiu  discriminado foi loja de roupas, seguido por banco/financeira, supermercado e shopping center.