Manifestantes pró-Battisti acampam em frente a sede provisória da Presidência da República

19/11/2009 - 18h11

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 20 manifestantes do Movimento pela Libertação de CesareBattisti estão acampados em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória da Presidência da República, na tentativa deuma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que oitaliano permaneça no país. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizouontem (18) a extradição do italiano, mas definiu que a palavra finalserá de Lula. O grupo disse que encontrou hoje (19) comBattisti, que está na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Segundo aprofessora e representante do movimento, Rosa Fonseca, o ex-ativista deesquerda está 9 quilos mais magro devido à greve de fome iniciada hásete dias, porém confiante que não será extraditado para a Itália.“Eleestá mais esperançoso que o presidente Lula possa garantir sualiberdade [continue no Brasil]. Esperamos que o presidente não negueseu passado de preso político”, afirmou Rosa, uma das manifestantesretiradas à força ontem do plenário do STFno início do julgamento sobre a extradição. De acordo Rosa,três integrantes do acampamento irão fazer greve de fome emsolidariedade a Battisti. Para a manifestante, a autorização da Cortemáxima da Justiça brasileira de extraditar o ex-ativista foi “umaaberração”, já que, segundo ela, a Constituição prevê que este tipo dedecisão deve ser tomada pelo Executivo, por se tratar de assunto entreEstados. Ela diz que não há registro em outra parte do mundo de presopolítico com status de refugiado que fica preso no país em quesolicitou o refúgio e corre o risco de ser expulso. O pedidode audiência do grupo com Lula é intermediado por parlamentares, entreeles, o senador José Nery (PSOL- PA). O presidente não está na capitalfederal. Ele cumpre agenda em Guamaré, no Rio Grande do Norte, e amanhã(20), em Salvador.Ema viagem à Itália nesta semana, opresidente Lula sinalizou que iria acatar a decisão do STF, caso fossedeterminativa, mas não afirmou qual posição adotaria se o Judiciáriolhe atribuísse o desfecho do caso. O presidente deve consultar agora oMinistério da Justiça, que concedeu o status de refugiado a Battisti em janeiro, e a Advocacia-Geral da União para dar a resposta final.Ex-integranteda organização de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo, Battistifoi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos na década de70, na Itália. O escritor ficou exilado na França, e no México até chegar aoBrasil, onde foi preso há dois anos no Rio de Janeiro.