Oposição quer que Fundação Cacique Cobra Coral explique no Senado causas do blecaute

18/11/2009 - 11h32

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aoposição adotou a estratégia de expor ao máximo a articulaçãodo governo para tentar impedir o comparecimento da ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff, ao Senado com o objetivo de explicar ascausas do blecaute da semana passada. A pedido do líder do PSDB,Arthur Virgílio Neto (AM), a Fundação Cacique Cobra Coral foiincluída no requerimento do líder do governo, Romero Jucá(PMDB-RR), para que 20 pessoas, a maioria técnicos, estejam noSenado para explicar o blecaute.O requerimento oral foiposto em votação pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), quepresidia a reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia e o deucomo aprovado sob protesto dos senadores governistas presentes. Deacordo com os parlamentares, não se pode apresentar requerimento deforma verbal e, sob o ponto de vista do mérito, não cabe esse tipode convite. A votação está suspensa e o assunto será retomadologo após a conclusão de uma audiência pública em andamento.ACobra Coral é uma fundação esotérica conhecida porfazer uma série de previsões, inclusive sobre a política nacional.A estratégia do líder do governo é aprovar a matéria em todas ascomissões.Senadores da própria base aliada se irritaram coma disputa política em torno do blecaute. Para eles, isso setransformou em mais um desgaste para o Senado. “Não vejo meu tempobem gasto com coisas desse tipo. Não entendo qual é a estratégiade não se querer fazer nada”, reagiu o peemedebista WellingtonSalgado (MG).Valdir Raupp (PMDB-RO) foi mais direto em suascríticas. Segundo ele, essa disputa “está virando umabrincadeira”. Raupp ressaltou que o Senado contribui para odesgaste da sua imagem pública “ao se prestar a esse tipo decoisa”.O senador Renato Casagrande (PSB-ES) concordou com ocolega peemedebista. Ele disse ainda que o assunto poderia ser bemesclarecido com o comparecimento ao Senado do ministro de Minas eEnergia, Edison Lobão, e de representantes do Operador Nacional doSistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica(Aneel).“Partimos para a disputa eleitoral e isso é muitoruim porque o Senado não colabora em nada para esclarecer o assunto.A ministra Dilma não é ministra da área e o que se estádiscutindo aqui é tática de disputa eleitoral”, disseCasagrande.Arthur Virgílio rebateu as afirmações deCasagrande. Segundo ele, da parte da oposição não há qualquertipo de disputa eleitoral. O líder do PSDB acrescentou que DilmaRousseff foi quem elaborou o atual marco regulatório do setor deenergia e, por isso, tem que que explicar no Senado o funcionamentodo sistema.