Menor participação de São Paulo no PIB favorece desconcentração econômica, diz IBGE

18/11/2009 - 16h38

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Influenciada pela queda da participação da indústria paulista na economia brasileira, a Região Sudeste viu sua contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) do país cair de 59,1% para 56,4%, entre 1995 e 2007. Os dados constam da publicação Contas Regionais do Brasil e foram divulgados hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revelou, por outro lado, avanço de 12% para 13,1% da contribuição do Nordeste.De acordo com a pesquisa, no período, a fatia de participação de São Paulo na economia brasileira caiu de 37,2% para 33,9%, refletindo, principalmente, a queda de 4,3 pontos percentuais da indústria de transformação, a maior taxa dentre as 27 unidades da Federação.A economia paulista também registrou perda de participação de 9,1% na indústria geral, além de queda de 1,5 ponto percentual nos setor serviços. A agropecuária, entre 1995 e 2007, registrou avançou de 1,4 ponto percentual.“Isso quer dizer que os estados menores estão seguindo suas potencialidades e algumas indústrias têm procurado chegar mais próximo da matéria-prima e do consumidor, favorecendo uma pequena desconcentração econômica”, explica o gerente do IBGE, Frederico Cunha.A desconcentração da contribuição para a economia favoreceu a queda de 81,5% para 78,7% da fatia de participação dos oito principais estados do país no PIB, entre 2003 e 1995. Além das perdas registradas em São Paulo, influenciaram a queda da atividade industrial a participação do Rio Grande do Sul, que passou de 7,1% para -0,4%, e também o recuo do setor serviços, no Distrito Federal (de 4,4% para -0,7%).“Depois de São Paulo, o Rio Grande do Sul foi o estado que teve a maior perda de participação na indústria [1,6 ponto percentual]. Isso se deve às fortes secas que atingiram a unidade desde 2004”, explicou Cunha. Além disso, a pesquisa destaca a migração da indústria gaúcha de fumo para Minas Gerais, onde prepondera a indústria automobilística e a produção de aço.A Região Nordeste, por sua vez, foi a que mais ganhou participação (1 ponto percentual) entre 1995 e 2007, puxada pelo estado da Bahia, que atraiu indústrias com incentivos, e pelo Maranhão, onde prevaleceu o avanço da siderurgia e da atividade agropecuária, esta principalmente no Sul do estado. Em outra comparação, puxado pela atividade agrícola, Mato Grosso foi o estado com o maior avanço na contribuição para o PIB. A Região Centro-Oeste avançou de 8,4% para 8,9%. “Diferentemente de Mato Grosso do Sul, onde os limites do Pantanal atrapalham o avanço da fronteira agrícola, em Mato Grosso, eu diria, até de maneira desordenada, isso contribuiu para o resultado de destaque”, avaliou.