Mantega nega que governo trabalhe com meta para o dólar

18/11/2009 - 20h04

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega,negou hoje (18) que o governo trabalhe com uma meta para a taxa decâmbio. Segundo ele, o dólar mais alto beneficiaria asexportações e melhoraria a competitividadedos produtos brasileiros no exterior, mas isso não significaque a equipe econômica tenha estabelecido uma taxaideal.Mantega esclareceu declarações dadasontem (17) em palestra a empresários, quandocomentou um estudo da consultoria norte-americana Goldman&Sachsque apontava que a taxa de câmbio de equilíbrio para oBrasil seria de R$ 2,60.Na avaliação doministro, o câmbio de equilíbrio é difícilde estabelecer porque as variáveis da economia brasileira semodificam o tempo todo. “Não é minha estimativa que ocâmbio ideal seja de R$ 2,60. Apenas falei que, se fosse esseo câmbio, o Brasil seria muito mais competitivo”,afirmou.Para Mantega, a cobrança de IOF sobre asaplicações de estrangeiros em renda fixa (títulos)e renda variável (ações) surtiu em resultadossatisfatórios. “A medida foi positiva e atingiu o objetivo,que é atenuar a tendência de excesso de valorizaçãodo real", disse.Noinício de outubro, o dólar valia R$ 1,90. Em 19 deoutubro, quando foi anunciada a taxação do capitalestrangeiro, o câmbio valia R$ 1,71, a mesma cotaçãoregistrada hoje. “De lá para cá, o dólar subiuem alguns momentos e desceu em outros, mas a cotaçãoestá relativamente estável. Conseguimos retardarbastante o ritmo de valorização do real”, destacou oministro.Mantega afirmou ainda que o fluxo cambial (quemede a entrada de recursos externos no país) caiuconsideravelmente desde a introdução do IOF sobre asaplicações de estrangeiros. Apesar dessa redução,a Bolsa de Valores foi pouco afetada.“É importante ressaltarque a Bolsa de São Paulo não recuou e está emtorno dos 68 mil pontos”, destacou o ministro. De acordo comMantega, a introdução da alíquota de 1,5% para olançamento de ações de empresas brasileiras noexterior pretende apenas corrigir uma possível migraçãode capitais para a Bolsa de Nova York. “Isso não indica quehouve desvio maçico de recursos na bolsa e, se houve, agoraestamos corrigindo”, completou.