Fiesp e Anfavea pedem fim do protecionismo argentino

18/11/2009 - 17h10

Mariana Jungmann e Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daFederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff,criticou duramente as atitudes protecionistas da Argentina com relaçãoaos produtos brasileiros, hoje (18), após encontro entre o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e a presidente Cristina Kirchner. Segundo Skaff, os acordosfirmados entre os dois países para evitar o bloqueio ao fluxo deprodutos só devem ser validados de fato se o governo argentino mudar suapostura. “A avaliação do resultado do que ocorreu aqui, nós vamosobservar nos próximos dias, dependendo das atitudes e dos procedimentospor parte do governo argentino”. De acordocom ele, o governo Kirchner tem apoiado procedimentos queprejudicam a integração comercial. “É necessário que haja umenquadramento e que o governo argentino pare de dar amparo a processosde dumping que não se justificam, a licenças automáticas que não saem ea acordos de preços que prejudicam a inflação, porque provocam aumentode preço, e prejudicam o consumidor argentino”. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes deVeículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, também reclamou docomportamento do governo argentino para com os produtos brasileiros.Segundo ele, o setor automobilístico foi o que mais investiu noMercosul e está sendo prejudicado pelas barreiras comerciais. “Nósrepresentamos 40% do intercâmbio comercial entre Argentina e Brasil.Nosso setor hoje é o que mais está integrado no processo do Mercosul.Então é óbvio que existe uma expectativa clara do setor automotivo, atéporque investiu acreditando nisso, que esse intercâmbio comercial possavoltar à normalidade o mais rápido possível”. Segundoele, ainda não foram feitos cálculos sobre os prejuízos do setor com o protecionismo argentino. O presidente Lula disse em seudiscurso que “o protecionismo não é solução, apenas cria distorções esituações difíceis de resolver”.