Brasil e Argentina cobram restituição de Zelaya à Presidência de Honduras

18/11/2009 - 16h37

Renata Giraldi e Mariana Jungmann
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Os presidentes LuizInácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, da Argentina, assinaramhoje (18), em Brasília, declaração conjunta em defesa darestituição do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Deacordo com Lula e Cristina, os governos brasileiro e argentino nãoreconhecerão a legitimidade das eleições marcadas para o próximodia 29, se Zelaya ainda estiver fora do poder.Os dois presidentestambém defenderam o fim das hostilidades à Embaixada do Brasil emHonduras, com sede na capital Tegucigalpa, onde Zelaya está abrigadodesde setembro.“Exigimos a prontarestituição do presidente Manuel Zelaya, caso contrário aseleições do dia 29 estarão comprometidas e estará lançado umprecedente extremamente perigoso. Este é o consenso de toda aAmérica Latina e o Caribe”, afirmou Lula.Em junho deste ano,Zelaya foi deposto por intermédio de um golpe de Estado que contoucom a participação do Congresso Nacional, das Forças Armadas e daCorte Suprema de Honduras. Ele e um grupo de correligionários estãoabrigados na embaixada brasileira há quase dois meses.No mês passado, ogoverno do golpista Roberto Micheletti ingressou com uma açãocontra o apoio do Brasil a Zelaya na Corte Internacional de Justiçade Haia. Para diplomatas americanos, a solução para o impasse devesurgir por meio de articulações dos próprios hondurenhos. A criseem Honduras é acompanhado pela Organização dos Estados Americanos(OEA).O Congresso de Hondurasmarcou para o próximo dia 2 de dezembro a votação sobre a restituição de Zelaya ao poder – levando à postergação ocumprimento do acordo firmado entre Zelaya e Micheletti para que talsituação se concretizasse depois das próximas eleiçõespresidenciais.Zelaya enviou recadosde que não reconhecerá as eleições, porque, pelo acordo firmadoanteriormente, isso só ocorreria se já estivesse voltado aogoverno.