Proposta dos sindicatos para o salário mínimo não tem resistência do governo, diz Pimentel

16/11/2009 - 19h35

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O ministro da Previdência Social, José Pimentel, disse hoje (16), emCuritiba, que as propostas das centrais sindicais para o reajuste do salário mínimo para quem ganha mais de um salário são “absorvíveis pelo Orçamento da União em 2010”.Segundo o ministro, o governo não tem resistência ao que foi proposto. Na semana passada, no entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos sindicalistas, em Brasília, que quer uma proposta única para negociar.O governo e as maiores centrais sindicais, entre elas a Força Sindical ea Central Única dos Trabalhadores (CUT), fecharam um acordo para oreajuste que previa a reposição da inflação mais a metadedo Produto Interno Bruto(PIB) dos dois anos anteriores, o que significaria um ganho real de 6%.O problema é que centrais sindicais menores não aceitam a proposta do governo e têmpressionado para que os aposentados tenham o benefício reajustado pelomesmo índice aplicado ao salário mínimo, que dá mais de 8% de aumento. Pimentel disse que a previdência pública urbana estávoltando a ser equilibrada financeiramente, ao falar para os participantes do 25º Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil. “Estamos arrecadando o suficientepara pagar esses benefícios. São 26,7 milhões de aposentados e beneficiáriospara uma folha de pagamento em torno de R$ 17,1 bilhões mensais”.Entretanto, de acordo com Pimentel, as aposentadorias rurais, que contribuemcom o pagamento de percentuais sobre a comercialização da produção, serãosempre subsidiadas pela sociedade. “O que arrecadamos na área rural equivale a10% do que foi pago este ano. Vamos pagar R$ 44 bilhões em benefícios edeveremos arrecadar algo em torno de R$ 4,2 bilhões. Serão necessários R$ 40bilhões para fechar a conta da previdência rural."O ministro disse ainda que o Brasil está entre os dezpaíses do mundo de maior cobertura previdenciária. “Para a populaçãoacima de 60 anos de idade temos uma cobertura de 82% e entre aqueles que têmacima de 16 anos e menos de 60 anos a cobertura atualmente é de 66%”.