Para MP, proibição de menores em parada gay é preconceito

15/11/2009 - 13h50

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão deproibir a presença de crianças e adolescentes na ParadaGay de Duque de Caxias, tomada pelo juiz Aílton Augusto dosSantos, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso gerou reação do Ministério Público, que classificou a decisão de preconceituosa. Um parecer assinadopela promotora Patrícia Silveira Tavares, titular da 2ºPromotoria de Justiça de Família da Comarca de Duque deCaxias orientou para a necessidade de garantir a presença dosmenores como forma de “exercitar o respeito à diversidade”.De acordo com o documento, restringir a presença dos menores noevento é o mesmo que restringir o direito deles àinformação. “A presença de crianças em manifestações democráticas deve serestimuladas como forma de ajudar em seu desenvolvimento social,reforçar a educação e o repúdio aopreconceito, além da necessidade de respeito ao próximo, ajudando-osa entender que a diversidade existe e deve ser aceita, devendo todosos órgãos públicos atuarem no sentido degarantir a participação segura deles nesses eventos”,destaca o documento assinado pela promotora.De acordo com osuperintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos do governo estadual, Cláudio Nascimento, adecisão judicial terá um efeito inócuo, namedida em que não se tem controle da presença decriança e adolescentes na rua. Nascimento explicou que aprópria organização da parada gay, por medida desegurança, não permite a presença de menores emcima dos trios elétricos. “Essa é umamedida já tomada pela organização para evitarque alguma criança possa se machucar ao cair do trio ou sealgum outro tipo de acidente ocorra”, destacou Nascimento, ativista que é um dos fundadores da parada gay que ocorre todosos anos na Praia de Copacabana e do Grupo Arco-Íris.CláudioNascimento também informou que não há por partedo conselho tutelar do município de Duque de Caxias no sentidode restringir a presença de crianças e adolescentes.Segundo ele, o conselho atuará no sentido de combater abusoscontra menores, tais como consumo de bebidas alcoólicas edrogas.