Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito reforça papel da educação para reduzir acidentes

15/11/2009 - 15h46

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - OBrasil registra 420 mil acidentes de trânsito por ano, querepresentam gastos anuais de cerca de R$ 30 bilhões com o tratamentodas vítimas. Cada ferido custa aos cofres públicos em torno de R$40 mil. De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Trânsito(Detran) do Rio de Janeiro. Por ano, os acidentes de trânsito causam40 mil mortes, deixam 380 mil pessoas feridas e 240 mil com algumtipo de deficiência.“Sãoindicadores próprios de uma guerra de nós contra nós mesmos”,disse hoje (15) o presidente do Detran-RJ, Fernando Avelino, duranteato inter-religioso para marcar o Dia Mundial em Memória das Vítimas deTrânsito, no Forte de Copacabana. O evento foi realizado em parceriacom a Arquidiocese do Rio, e teve a participação de representantesde cerca de dez religiões e do ministro das Cidades, Marcio Fortes.Avelinodestacou que as entidades públicas civis têm que fiscalizar, maschamou a atenção para a importância da conscientização dos motoristas. “Não adianta nada o ente públicofazer as suas ações quando nós verificamos, tecnicamente, que 95%dos acidentes são exclusivamente culpa do ser humano, porimprudência.”Osrepresentantes das diversas religiões foram unânimes ao ressaltar anecessidade de se trabalhar em parceria com as autoridades civis nosentido de conscientizar a população sobre o respeito às leis e aopróximo, visando à construção de uma sociedade mais harmoniosa,solidária e justa. Eles destacaram que a educação é a base dessetrabalho.Aimprudência, o excesso de velocidade, o consumo de bebida alcoólicaantes de dirigir, a desobediência às leis e a impunidade foramalgumas causas apontadas para elevado número de acidentes detrânsito no Brasil. Essa é a terceira maior causa de mortes nopaís, depois de doenças cardíacas e do câncer. Oarcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, salientou a importância dapreservação da vida. “É inconcebível que o transporte, que éum bem para a sociedade, que agiliza a nossa vida, cause vítimas. Ogrande segredo está na educação, no sentido de conscientizar quemestá no volante de sua responsabilidade social.”MarcioFortes, que perdeu um filho em acidente de trânsito no Rio, disseque muitos casos poderiam ser evitados. “A reflexão do passadoleva à conscientização para o futuro”, afirmou em entrevista àAgência Brasil. Segundo o ministro, é preciso que toda asociedade mude o comportamento no trânsito. “Não só ocomportamento com base na lei, mas o comportamento social notrânsito.” Eledestacou que o carro não pode ser visto como uma arma e que osmotoristas devem ser educados e cordiais. Esse é mote da CampanhaNacional de Trânsito, que o ministério iniciou hoje. Para ministro,a tendência é de redução do número de acidentes de trânsito nopaís.AOperação Lei Seca, implantada pelo governo do Rio em março desteano para coibir o consumo de álcool antes de dirigir, já realizou843 operações, uma média 4,5 ações diárias. A iniciativa jáconseguiu reduzir em 2 mil o número de vítimas de acidentes nacidade do Rio. A operação conta com a participação de vítimas deacidentes de trânsito, que atuam como voluntários.Um delesé Marajó Sant’Angelo do Nascimento, que perdeu parte das pernasem um acidente de trem há 18 anos. Ele acredita que a operação temalcançado os objetivos. “As pesquisas do governo mostram isso.Diminuiu de 28% a 32% [o número de acidentes].”