Empresários se mostram satisfeitos com resultado da missão brasileira ao Sul da África

13/11/2009 - 7h40

*Renata Giraldi
Enviada Especial
Cidade do Cabo (África do Sul) - Determinados a fechar negóciose ampliar o mercado brasileiro no Sul da África, osempresários concluíram ontem (12) a missão dequatro dias por Angola, Moçambique e África do Sul.Para eles, as visitas coordenadas pelo Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior dãoo suporte político e operacional necessário a muitasarticulações.“Cadapaís tem suas características e necessidades próprias.Mas o fato de você seguir em uma missão como esta émuito mais interessante porque há pessoas de todos os setorese cada um observa uma coisa, ao mesmo tempo, quando se chega a umdeterminado local em grupo a impressão positiva é muitomaior”, afirmou o vice-presidente da AssociaçãoBrasileira de Supermercados (Abras), João Batista Lohn.Para oempresário Roberto Tavares Coelho, da Usinas Siderúrgicasde Minas Gerais S/A (Usiminas), a missão capitaneada pelogoverno funciona para abrir portas em lugares de acesso complexo. “Hápaíses, como Angola e Nigéria, onde é muitodifícil chegar e até se aproximar dos clientes. Elesaté têm interesse, mas nem sempre sabem como fazer e ofato de haver um apoio do governo aumenta o interesse também.”De olho naCopa do Mundo na África do Sul em 2010, o empresárioLuiz Caldeira, da empresa Muraro Bebidas S/A, que exporta destiladose refrigerantes, usou a tradição da caipirinha e dasbatidas de frutas para poder conquistar a clientela. “Os africanosficaram entusiasmados com a ideia de ter caipirinha e batida àvenda durante a Copa. Também disseram que precisam de umproduto de qualidade e preço acessível.”Dediferentes idades, experiências e setores de atuação,os 98 empresários brasileiros que participaram da missãodefendem a manutenção das visitas e o aprimoramento dealguns detalhes. Segundo eles, nos locais em que há maisdificuldades administrativas e burocráticas os reflexos naparticipação na rodada de negócios sãoimediatos.“EmAngola, houve dois contatos que confirmaram que iriam aparecer paraas reuniões e não compareceram. Em Moçambiquefoi muito melhor com perspectivas de negócios futuros e naÁfrica do Sul eu fechei efetivamente um ótimo negócio”,disse o empresário Jefferson Werlich, da Companhia IndustrialHcarlos, fabricante de fixadores.Veteranoem missões, o empresário João Viscardi, da Casbfabricante de incubação para aves e suínos,afirmou que a missão abre espaço para que sejamfechados negócios entre brasileiros. “São tantos diasviajando que você acaba fazendo negócio com outrobrasileiro, descobre que seu produto complementa o dele e vice-versa.Isso é excelente”, afirmou.ParaMarcelo Siegmann, da Brasil Foods, a participação namissão também caracteriza o interesse institucional noprojeto de desenvolvimento econômico do país. “Nestaviagem o ministro [Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústriae Comércio] conseguiu que a África do Sulsinalizasse a possibilidade de acabar com as barreiras contra a carnesuína. Para nós, da minha empresa, isso éimportantíssimo, o fato de estar aqui indica o interesse dacompanhia”, afirmou.Gerente deexportação da Móveis Vila Rica, CamilaRodrigues, disse que a missão foi “extraordinária”.“Eu fechei ótimos negócios. Minha linha de produçãoé destinada à classe econômica justamente aclientela de Angola e Moçambique. Ao mesmo tempo tambémjá encaminhei futuras parcerias com colegas brasileiros.Encerro a missão muito satisfeita”, disse.