Ações para a Copa devem ter foco em direitos humanos, defende representante da ONU

13/11/2009 - 13h13

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aalta-comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) paraAssuntos de Direitos Humanos, Navanethem Pillay, pediu hoje (13) queas ações de infraestrutura e segurança pública voltadas para arealização da Copa do Mundo de 2014 sejam pensadas com foco nosdireitos humanos.

“O focointernacional vai estar no Brasil”, disse, durante coletiva deimprensa. Ela se referiu às ações como “operação limpa rua”e lembrou que países-sede de campeonatos mundiais, às vezes, sepreocupam apenas em preparar “um grande show para ascâmeras”.

Para aalta-comissária, os investimentos feitos com foco na Copa do Mundo emesmo nas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro podem trazerbenefícios duradouros para a população brasileira maismarginalizada.

Odinheiro, segundo ela, pode ser gasto, por exemplo, em centros esportivos ou culturais que aumentem as opções de crianças ejovens pobres. Outra sugestão da representante da ONU é que o governo brasileiroinvista em sistemas de transporte público que  facilitem o deslocamento de  moradores defavelas até  o trabalho, mesmo depois de o país sediar a Copa ou asOlimpíadas.

“É umaoportunidade para transformar um círculo vicioso em um círculovirtuoso. Pode custar um pouco mais, no entanto, em longo prazo, esseinvestimento poderia trazer dividendos imensos para o país como umtodo”, afirmou.