Tumulto marca início de julgamento de ativista italiano no Supremo

12/11/2009 - 15h46

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O julgamento do pedido de extradição do escritor eex-ativista político italiano Cesare Battisti começou há pouco noplenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em clima de tumulto. Seis manifestantes, logono início da sessão, pediam a liberdade do ativista eforam retirados à força do plenário. No meio da confusão duas mulheres caíram, empurradas pelos seguranças. Os manifestanteschegaram a expor dentro do plenário uma faixa com a inscrição:“Liberdade para Cesare Batisti”. Eles disseram fazer parte da AnistiaInternacional, do Movimento Crítica Radical e do Movimento dos SemTeto. A sessão teve início às 14h40 e, nessemomento, o ministro Marco Aurélio Mello lê o seu voto. Ele foiresponsável pelo pedido de vista que interrompeu o julgamento no últimodia 9 de setembro,que já durava 12 horas. No julgamento de hoje, o Supremo decidirá seBattisti vai cumprir prisão perpétua na Itália, país que o condenou porquatro assassinatos. Caso o Supremo decida que ele ficará no Brasil,ele continuará como refugiado político, status concedido peloMinistério da Justiça.Além de Marco Aurélio, o presidente doSupremo, ministro Gilmar Mendes, também votará. Até agora, quatrodos nove ministros que votaram no processo foram a favor da extradição etrês foram contra. O ministro José Antonio Dias Toffoli decidiu não votar noprocesso. Ele divulgou hoje um documento dirigido ao presidente daCorte se declarando impedido, “por motivo deforo íntimo".Ex-integrante da organização de esquerdaProletários Armados pelo Comunismo, Battisti foi condenado à prisãoperpétua em 1993, em julgamento à revelia, acusado dta autoria dequatro assassinatos entre 1977 e 1979 em seu país de origem. O escritorpassou 28 anos anos se exilando na França, no México e por último noBrasil, onde foi preso no Rio de Janeiro há pouco mais de dois anos. Atualmente, se encontra detido na Penitenciária da Papuda no Distrito Federal.Em 13 de janeiro desteano, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu status de refugiadopolítico ao italiano, sob a alegação de que Batistti não teve direito aampla defesa no seu país de origem e de que um eventual retornocolocaria em risco a integridade física do escritor.