Blecautes podem ocorrer, mas racionamento é barbeiragem, afirma Dilma

12/11/2009 - 18h27

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff, disse há pouco que o sistema elétricobrasileiro é suscetível a blecautes como o que ocorreu na noite daúltima terça-feira (10). Segundo ela, o sistema atual é o melhordos últimos tempos, mas esse tipo de interrupção pode ocorrer."Trabalhamos num sistema de milhares de quilômetros de rede e interrrupções nesse sistema ninguém promete que não vai ter. O que nós prometemos é que não terá nesse país mais racionamento. Racionamento é barbeiragem."Segundo ela, nenhumsistema do mundo tem capacidade de garantir que esse tipo deinterrupção deixe de acontecer uma vez que o trabalho é feito com base em probabilidades. O sistema brasileiro, diz a ministra, trabalhacom uma margem de segurança de 95%.Dilma voltou adizer que condições climáticas foram as responsáveis peloproblema de queda de energia e afirmou que, caso sejam detectadas outras causas, aresponsabilidade de apuração é da Agência Nacional de EnergiaElétrica (Aneel) que poderá, inclusive, aplicar punições a possíveis responsáveis.A ministra refutou comparações entre a falta de energia que atingiu 18 estados e o apagão de 2001. Segundo Dilma, o apagão e oracionamento aconteceram porque o governo anterior não planejou comantecedência mínima a quantidade de energia necessária para o paísfuncionar. "Lamento muito o que aconteceu com os consumidores. Acho quede fato é muito desagradável. Mas dizer para mim [que é apagão] étentar fazer deliberadamente confusão onde não tem e apresentar o paíscom uma fragilidade que não existe. Esse país hoje tem mais energia doque teve em qualquer momento anterior", afirmou Dilmna. Perguntada se houve falha por parte do sistema paralelo que não impediu a queda de energia, Dilma, que já comandou a pasta de Minas e Energiano governo Lula, explicou que o brasileiro teria de pagar tarifas maiscaras para ter umsistema capaz de socorrer 100% dos problemas. Ela afirmou ainda que astrês linhas de transmissão pararam de funcionar em um período de tempocurtíssimo e, por isso, a Usina Hidrelétrica de Itaipu não suportou edesligou. "Teríamosque pagar uma conta de luz, diria, mais gorda do que pagamos. Nenhumpaís do mundo tem esse tipo de redundância, vocês me desculpem. Todosos países do mundo apostam em probabilidade de isso acontecer. Se vocêdimensionar 100%, o nível de investimento terá de ser elevadíssimo", justificou. Aministra não quis comentar a tentativa da oposição de convocá-la e oministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para dar explicações noCongresso Nacional sobre a interrupção de energia. "Não se podepolitizar uma coisa tão séria para o país. Para o governo, esseepisódio está encerrado."