Proibição do uso de câmaras de bronzeamento artificial segue recomendação da OMS

11/11/2009 - 15h04

Leandra Felipe
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - Adecisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deproibir o uso de câmaras de bronzeamento artificial para fins estéticos no país segueuma recomendação da Agência Internacional para Pesquisa sobreCâncer, ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo odiretor da Anvisa, Dirceu Barbano, a proibição também foi motivadapela falta de manutenção e fiscalização dos mais de 5 milequipamentos usados no país para esse tipo de bronzeamento.“A OMS alertou o mundo todoque esse tipo de procedimento causa câncer, especialmente omelanoma”, alertou. “Além disso, verificamos que há umbaixíssimo índice de cuidado com os equipamentos e com a reposiçãodas lâmpadas”, acrescentou.Segundo o diretor, aquantidade de raios ultravioleta no interior das câmaras é oitovezes maior do que que os que incidem sobre a pele no horário de solmais forte. Com as lâmpadas velhas e sem manutenção, a emissão deradiação acaba sendo ainda maior, porque é necessário ficar maistempo no interior da câmara para se obter o efeito desejado.Antesde decidir pela proibição, a Anvisa realizou consulta e audiênciapúblicas com a participação de representantes da sociedade civil,de clínicas de estética e salões de beleza e de profissionais desaúde. O diretor da agência reforçou que a decisão levou em contaa ideia de que não se justifica manter a fiscalização sobre umaatividade que provoca mais riscos do que benefícios.“Éum procedimento de alto risco para um resultado questionável, quegera todo um trabalho de vigilância sanitária, que, por maisfiscalização que se tenha, não vai eliminar os riscos aos quais aspessoas ficam expostas”, argumentou.A recomendação da Anvisa é que as câmarassejam retiradas das clínicas para evitar multas quevariam de R$ 2,5 mil a R$ 1,5 milhão.Segundo a agência,somente um fabricante desses equipamentos tem registro no mercadobrasileiro e a licença será cancelada. De acordo com DirceuBarbano, a decisão do Brasil será levada a um congresso da OMS emGenebra, no próximo dia 15 de novembro, e poderá servir de exemplopara outros países.