Professores com inglês como língua nativa podem dificultar o aprendizado, diz pesquisador

11/11/2009 - 7h53

Da Agência Brasil

Brasília - O pesquisador David Graddol esteve no Brasil para divulgar o estudo English Next (Próximo Inglês), que analisa a importância da língua inglesa e a relação dela com outras línguas. A finalidade da visita foi debater o aprendizado do inglês nas escolas regulares de ensino fundamental e médio. As palestras ocorreram nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador, de sexta (6) a segunda-feira (9).Segundo David Graddol, o inglês é falado como primeira língua em mais de 70 países e 74% das relações que usam o inglês, não incluem uma falante nativo de inglês. A pequisa mostra ainda que o ideal é ter professores que não tenham o inglês como língua nativa, eles podem até ser vistos como uma entrave no aprendizado do inglês funcional. “Eles acabam transferindo aos alunos uma bagagem que preza o inglês mais tradicional”, afirma o pesquisador. O que importa não é a perfeição da gramática e da pronúncia, mas sim como os interlocutores usarão a língua como instrumento de trabalho. “Jovens italianos ou alemães não querem parecer britânicos ou americanos, querem manter o sotaque, pois o que importa é a inteligibilidade da conversa.” Sobre a idade ideal que uma criança deve inciar o estudo de língua estrangeira, o britânico diz que teoricamente uma criança que tem 11 anos e está na 5ª série (ou 6º ano) do ensino fundamental deve ter na carga horária semanal de cinco a seis horas destinadas para aprendizado de mais uma língua. Segundo o Ministério da Educação, atualmente as escolas de Ensino Médio e Fundamental oferecem uma ou duas aulas semanais de 45 a 50 minutos de línguas estrangeiras. O que a legislação impõe é que a partir do 6º ano do ensino fundamental as escolas devem oferecer uma língua estrangeira, como o inglês, o espanhol, o alemão, o francês, o japonês e o mandarim.