Balanço indica que 326 suspeitos de envolvimento com milícias foram presos no Rio desde 2006

11/11/2009 - 13h29

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A polícia do Rio de Janeiro já prendeu 326 pessoas suspeitas de integrarem milícias em todo o estado desde 2006. Grande parte das prisões foi feita durante a Operação Têmis, iniciada em maio deste ano e encerrada ontem (10). Nos seis meses dessa ação policial, 114 pessoas foram presas.O balanço foi divulgado hoje (11) pela Secretaria de Segurança fluminense. Entre os presos na operação, que teve o objetivo de desarticular o grupo criminoso conhecido como Liga da Justiça, estão 31 policiais militares e cinco policiais civis.A milícia é acusada de cometer vários homicídios na zona oeste da cidade do Rio (em especial o bairro de Campo Grande), além de explorar ilegalmente serviços como transporte alternativo, venda de botijão de gás e TV a cabo clandestina (conhecida como “gatonet”).De acordo com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, desde que a Operação Têmis foi desencadeada, o número de homicídios na área de atuação da milícia foi reduzido em cerca de 45%. Durante a ação, foram esclarecidos 58 assassinatos relacionados ao grupo paramilitar.“Isso mostra que milícia tem uma atuação muito parecida com a de grupos de extermínio. Essas pessoas, sem dúvida nenhuma, usam essa prática [homicídios] para espalhar o terror na comunidade, espalhar a violência como sendo um carro-chefe de sua própria capacidade de intimidação”, disse Beltrame.Além das prisões, a polícia apreendeu centenas de automóveis particulares, além de vans, kombis e ônibus usados no transporte alternativo. Trinta e oito armas também foram apreendidas, sendo dois fuzis, além de 12 granadas. De acordo com a polícia, exames balísticos comprovaram que algumas dessas armas foram usadas em seis assassinatos.Segundo a Secretaria de Segurança, os suspeitos de chefiarem a milícia já estão presos, incluindo o ex-deputado estadual Natalino Guimarães e o irmão dele, o ex-vereador Jerominho.De acordo com o chefe da Polícia Civil, Alan Turnowski, apesar do fim da operação, as ações contra as milícias vão continuar na zona oeste. Beltrame disse que em breve as ações serão voltadas contra milícias que atuam em outras áreas da cidade.