Redução da jornada e valorização do salário mínimo marcarão marcha dos trabalhadores

10/11/2009 - 16h09

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A reduçãoda jornada de trabalho e a aprovação da políticade valorização do salário mínimo sãoas principais reivindicações da 6ª Marcha daClasse Trabalhadora que será realizada amanhã (11) em Brasília.A marcha é organizada por várias entidades sindicais,entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT).O presidente da CUT,Artur Henrique da Silva Santos, afirmou que a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40horas semanais poderá gerar 2 milhõesde novos empregos, além de garantir melhores condições de vida para o empregado. “Os trabalhadores terão mais tempo para afamília, para o lazer, para fazer uma melhor qualificaçãoprofissional”, disse.Ele disse ainda que espera apoio dos empresários na questão da redução dajornada uma vez que a medida possibilitará aos trabalhadores mais tempopara poder se qualificar - um ponto que também faz parte das reclamações dos empresários. Outra pauta importanteé o projeto de valorização do saláriomínimo. De acordo com Santos, o projeto prevê uma políticapara o salário mínimo até 2023, mas háuma emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) que dá aosaposentados o mesmo reajuste concedido a quem está a ativa. O temor das entidades sindicais é de que os trabalhadores não tenham mais ganhos reais, como já aconteceu em governos anteriores.“O problema é que isso pode colocar em risco a política de valorização do salário mínimo porque se alguém apresenta um projeto que diz que o reajuste do salário mínimo tem que ser igual para aposentados e trabalhaores da ativa haverá concordância do governo num primeiro momento e, no próximo ano, o reajuste do mínimo pode ter apenas como base a inflação, sem ganho real", explicou.Ele disse ainda queas centrais sindicais já apresentaram, em agosto, uma proposta diferenciada para os aposentados que ganhamacima do salário mínimo: reajustebaseado na inflação mais 50% do índice de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, baseado nesses cálculos, o reajuste do ano passado ficaria em 6%. Também serálevada para marcha outras reivindicações como aaprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, a atualizaçãodos índices de produtividade da terra e o pedido de que parte daarrecadação do Fundo Social do Pré-Sal sejarevertida para a seguridade social e a reforma agrária.