Movimentos sociais fazem manifestação contra agressão e expulsão de aluna da Uniban

09/11/2009 - 22h20

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Movimentossociais realizaram na noite de hoje (9) uma manifestaçãocontra a agressão e expulsão da estudante Geisy Arruda da UniversidadeBandeirante (Uniban), em frente ao campus da insituiçãoem São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

A alunafoi expulsa da faculdade após ser hostilizada pelos colegasque consideraram o vestido que trajava curto. Durante o protesto, aUniban anunciou que decidiu rever a sanção imposta aestudante.

Anotícia de que a universidade voltou atrás na decisão,no entanto, não interrompeu a manifestação.Falaram do carro de som os representantes da Marcha Mundial de Mulheres,da União Nacional dos Estudantes (UNE), da AssociaçãoBrasileira de Gays Lésbicas e Transexuais e da Central Únicados Trabalhadores.

“Nasociedade hoje, ninguém vê problema quando o corpo damulher é usado como mercadoria, ninguém vêproblema em aparecer bunda e peito para vender cerveja na televisão.Mas a mulher, quando quer usar a roupa que ela bem entende, nãopode, é vítima de agressão e opressão”,afirmou a diretora de mulheres da UNE, Roberta Costa.

Osdiscursos feitos de cima do carro de som eram aplaudidos pelosmanifestantes e vaiados por um grupo de alunos que acompanhava o ato.

Para aaluna de sistemas da informação, Graciana Silva, aestudante também é responsável pelas agressõese humilhações que sofreu. “Eu vi ela subindo a rampae a bunda estava aparecendo”, contou. “Se você querrespeito, tem que se dar o respeito”, concluiu.

Naopinião de Geisy, o problema não era a sua roupa,mas a mentalidade dos alunos da universidade. Ela contou, ementrevista coletiva na tarde de hoje, que durante o trajetoaté a instituição em nenhum momento houvequalquer insinuação das pessoas com quem cruzou pelocaminho.

Segundoela, as agressões ocorreram somente na universidade . “Elestentaram passar a mão em mim. Tentaram colocar o celulardentro do meu vestido”, disse.

Aestudante garante que nunca havia sido advertida sobre suaforma de vestir pela coordenação da instituição.